Sud Expresso e Lusitânia Expresso passam a comboio único a partir de 3 de Outubro

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Foto: Fábio Teixeira (arquivo)

Os comboios internacionais Lisboa-Madrid e Lisboa-Hendaya vão ser fundidos numa única composição que circulará entre Lisboa e Medina del Campo, a partir da qual seguirá um ramo para a capital espanhola e outro para a fronteira francesa (onde dá ligação ao TGV para Paris).

O regresso será feito com a junção, na mesma estação, das duas composições numa só, que prosseguirá para Lisboa. Este acordo entre a CP e a Renfe visa diminuir prejuízos. A CP perdeu no ano passado 7,3 milhões de euros nestas ligações.

Esta fusão dos dois comboios-hotel só foi possível depois de o Lusitânia Expresso ter deixado de circular pelo ramal de Cáceres desde o passado dia 14 de Agosto. A ligação entre Lisboa e Madrid passou a ser feita pela Beira Alta (em vez de por Abrantes, Marvão e Cáceres), que é também o percurso do centenário Sud Expresso.

Actualmente o Sud parte às 16h30 de Santa Apolónia e o Lusitânia às 22h30, mas a partir de quarta-feira as duas composições estarão atreladas e sairão às 21h18. A chegada a Hendaya está prevista às 11h28 (e a Paris às 19h00) e a Madrid às 8h20.Em sentido contrário as partidas são às 18h50 da fronteira hispano-francesa e às 21h50 de Madrid, com chegada a Lisboa às 7h30.

Apesar de circularem acoplados, a gestão destes comboios é diferente. O ramo que vai para França é inteiramente suportado pela CP, que fica com as receitas (incluindo as obtidas no percurso espanhol), mas paga à Renfe o aluguer da composição e a tracção, feita por locomotiva espanhola para além de Vilar Formoso. O ramo de Madrid é explorado a meias entre a CP e a Renfe que suportam em partes iguais as receitas e as despesas.

É isto que explica que o Sud Expresso dê à transportadora portuguesa prejuízos por ano de 5,1 milhões de euros (9,3 milhões de custos e 4,2 de receitas) e o Lusitânia 2,2 milhões de euros (3,8 de custos e 1,6 de receitas), embora, em rigor, no caso deste último, os valores reais sejam o dobro porque a outra metade é suportada pela Renfe.

Em 2009 viajaram nestes dois comboios 144 mil passageiros, em 2010 pouco mais de 150 mil e em 2011 cerca de 140 mil. As duas composições têm uma oferta alargada consoante a carteira dos passageiros: lugares sentados em 2ª classe, beliches para dormir, compartimentos com quatro e com duas camas, e ainda cabines Gran Classe com camas e casa de banho privativa com WC e duche. Os comboios mantêm o serviço de bar e a carruagem-restaurante.

A CP anunciou em Agosto que o Porto passaria a ter uma ligação directa a Madrid, o que não se revelou ser verdade. A empresa vai apenas lançar um comboio Intercidades entre Porto, Aveiro e Coimbra, que dará ligação a este serviço internacional.

Notícia corrigida às 17h29.

Alterado o dia do início do serviço. 3 de Outubro.

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