Subscrição de produtos de poupança do Estado abranda para 329 milhões em Fevereiro

Novos Certificados do Tesouro continuam a ser os preferidos dos pequenos aforradores.

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A redução dos activos reflecte essencialmente a quebra na concessão de novos créditos Susana Vera/Reuters

O investimento dos portugueses em produtos de poupança geridos pelo Estado abrandou em Fevereiro. As subscrições de Certificados de Aforro (CA) e de Certificados do Tesouro Poupança Mais (CTPM) atingiram um valor bruto de 329 milhões de euros, menos 58 milhões do que em Janeiro. Ao mesmo tempo, foram amortizados 53 milhões de euros, baixando o montante líquido destes títulos para os 276 milhões de euros, segundo dados publicados nesta sexta-feira pelo IGCP – Agência da Gestão de Tesouraria e Dívida Pública.

Os novos certificados do tesouro, lançados no final de Outubro, continuam a ser os títulos com maior volume de subscrições, mas, num mês em que a aposta em produtos de poupança abrandou, a diferença em relação aos Certificados de Aforro esbateu-se. Enquanto os CTPM captaram 168 milhões de euros, os CA tiveram uma quantidade de subscrições no valor de 161 milhões de euros.

Como os novos instrumentos de poupança só podem ser resgatados ao fim de um ano, ao contrário dos CA, que são muitos menos restritivos para serem levantados, os 168 milhões de euros emitidos são praticamente líquidos. Os resgates de Fevereiro, no valor de um milhão de euros, dizem respeito aos antigos Certificados do Tesouro, já descontinuados. Os novos produtos de poupança vieram aumentar a concorrência face aos bancos, ao oferecerem aos pequenos aforradores condições de remuneração atractivas, com taxas de juro que podem chegar aos 5% no quarto e no quinto ano de aplicação. Ao todo, “novos” e “velhos” Certificados do Tesouro totalizam 2404 milhões de euros, sendo mais de um milhão relativo aos novos instrumentos de poupança do Estado.

Já os Certificados de Aforro, cuja subscrição tem perdido força com a chegada dos novos CTPM, têm um saldo de 10.351 milhões de euros. Em Fevereiro, o Estado captou em termos brutos 161 milhões de euros nestes instrumentos de dívida, mas ao mesmo tempo foram amortizados 52 milhões de euros. No mês anterior, as subscrições tinham chegado aos 174 milhões de euros e as amortizações a 63 milhões.

Assim, com um saldo de 12.755 milhões de euros, os instrumentos públicos de poupança dirigidos ao retalho representam uma pequena parte do total da dívida directa do Estado, que totalizava em Fevereiro 212.357 milhões de euros. Deste montante, cerca de um terço (73.027 milhões de euros) resultam do empréstimo da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional, que começa a ser reembolsado no próximo ano.

A dívida do Estado aumentou 1,8% em relação a Janeiro, muito por causa de emissão de 3000 milhões de euros em Obrigações do Tesouro com um prazo de dez anos, uma operação realizada pelo IGCP através de um sindicato de bancos e que permitiu ao Estado começar já a preencher as necessidades de financiamento do próximo ano. Nos 212.357 milhões de euros de dívida directa do Estado ainda não está descontado o reembolso de 1361 milhões de euros, antecipado através de um leilão de recompra de dívida pública e só liquidado no início de Março.

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