Subida de 5% das exportações impulsiona previsão de crescimento para 2014

Estratégia de Pires de Lima aposta na dinamização do mercado interno. Mas o consumo privado só deverá crescer 0,1% no próximo ano.

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As vendas ao exterior deverão crescer 5,8% este ano, segundo o Governo Daniel Rocha

Um crescimento mais forte das vendas ao exterior e uma queda menos acentuada das importações; uma descida mais intensa do consumo público, mas um aumento menor do investimento. É este o cenário económico traçado pelo Governo para 2014, ano em que espera um crescimento de 0,8%.

Em vez de uma progressão de 4,5% das exportações no próximo ano, o executivo conta agora com um aumento de 5%, segundo as novas projecções económicas das Grandes Opções do Plano enviadas pelo executivo ao Conselho Económico e Social, a que o PÚBLICO teve acesso.

Num contexto de melhoria da conjuntura europeia, houve também uma revisão dos números para as importações, tanto para este ano, como para o próximo. Até aqui, o Governo esperava uma contracção nesta componente em 2013, mas as actuais projecções apontam já para um crescimento (de 0,8%). Para 2014, é esperado um aumento de 2,6%, contra 3%.

É também em 2014 que o executivo espera já uma dinamização do mercado interno, em linha com o discurso assumido pelo ministro da Economia, António Pires de Lima, centrado na recuperação da confiança. Este ano, o consumo privado não deverá cair tanto como o previsto, prevendo-se que estabilize entretanto, com um crescimento tépido de 0,1% em 2014.

Já no investimento, a queda será maior este ano e o crescimento menos acentuado no seguinte. Em vez de uma contracção de 7,5%, deverá cair 8,5%, seguindo-se um crescimento de 1,2% (contra os 2,5% estimados até aqui).

No ano em que o Governo quer concretizar a fatia principal dos corte de 4000 milhões de euros na despesa do Estado, haverá também uma redução maior no consumo público (de 2,8%).

Quem também deverá apresentar novas projecções, já nesta terça-feira, é o Banco de Portugal, com a publicação do Boletim Económico de Outono, no mesmo dia em que o Fundo Monetário Internacional deve publicar novas perspectivas para a economia global.
 

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