STCP passa de lucros a prejuízos, em vésperas da concessão

Transportadora pública registou perdas de 30,8 milhões de euros no primeiro semestre.

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Número de passageiros da empresa caiu 5% no primeiro semestre Paulo Pimenta

A Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP) passou de lucros a prejuízos no primeiro semestre deste ano e em vésperas do processo de concessão, que envolve também a Metro do Porto. A empresa pública de transportes registou perdas de 30,8 milhões, que justifica com os impactos negativos dos derivados de cobertura de risco (os swaps).

No relatório e contas do primeiro semestre, divulgado nesta quinta-feira, a empresa explica que, sem este efeito, os prejuízos teriam aumentado apenas 2%, ou seja, 314 mil euros. Mas a variação negativa de 31,7 milhões no valor destes derivados fez com que a subida fosse de 2647%, já que nos primeiros seis meses de 2013 a STCP tinha apresentado lucros de 1,2 milhões de euros.

A STCP possui, neste momento, em carteira um swap subscrito junto do Santander e que foi considerado especulativo pelo Governo, que está em litígio com o banco depois de não ter sido possível um acordo quanto ao cancelamento antecipado dos contratos.

A transportadora, à semelhança de todas as quatro empresas públicas, suspendeu o pagamento de cupões associados ao derivado do Santander logo em Setembro de 2013. De acordo com o relatório divulgado nesta quinta-feira, o valor dos juros em dívida é agora de 5,4 milhões de euros.

As receitas caíram 3% para 21,8 milhões de euros, influenciadas, em grande parte, pelo recuo no tráfego. O número de passageiros desceu 5%, fixando-se em 37,9 milhões, quando tinha ultrapassado os 40 milhões no primeiro semestre do ano passado. No entanto, esta queda foi acompanhada por uma forte de redução dos gastos operacionais (que recuaram 11% para 25,1 milhões).

A concessão da STCP, a primeira a ser lançada pelo Governo em simultâneo com a da Metro do Porto, está breve, tendo os investidores interessados levantado já o caderno de encargos do concurso. A intenção do Governo é que o Estado saia da gestão destas empresas, embora mantenha a sua propriedade, até ao início de 2015.

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