Standard & Poor's reforça ameaça de corte de rating a Portugal

Agência de notação financeira vê riscos crescentes de Portugal ter de pedir um segundo resgate.

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A S&P fala em 50% de hipóteses de um corte ser concretizado durante os próximos meses Reuters

A agência de notação financeira internacional Standard & Poor's anunciou esta quarta-feira que o rating atribuído a Portugal está agora sob "vigilância (creditwatch) com implicações negativas", o que significa, de acordo com as definições da instituição, que existem agora 50% de hipóteses de um corte ser concretizado durante os próximos meses.

No passado mês de Julho, quando ainda havia uma grande indefinição em relação ao futuro do actual Governo, a agência tinha passado a tendência do rating português de "estável" para "negativa". Isso significava, na altura, que existia uma probabilidade de 33% de se proceder a um corte na classificação durante os 12 meses seguintes.

Actualmente, o rating atribuído pela Standard & Poor's a Portugal está em "BB", um nível que entra já na classificação de "lixo" (junk bonds). Com a decisão desta quarta-feira, a ameaça de uma nova descida ficou ainda mais reforçada.

A agência diz que a colocação do rating em vigilância "reflecte a visão de que há riscos crescentes para os ambiciosos objectivos de consolidação orçamental de Portugal e uma probabilidade cada vez maior de não cumprimento do actual programa da UE e do FMI". De acordo com a Standard & Poor's os riscos principais são três: a perspectiva de novos chumbos do Tribunal Constitucional às medidas do Governo, a possibilidade de uma actividade económica mais fraca do que o esperado e a hipótese de ressurgimento de tensões políticas que levem a atrasos no OE 2014.

A Standard & Poor's diz ainda que observa "um risco crescente de Portugal não reconquistar um acesso completo aos mercados no início do próximo ano e de o Governo português solicitar um segundo programa oficial de apoio depois do primeiro programa chegar ao fim em Junho de 2014". Esta iminência do segundo resgate significa, para a agência, que o país "está cada vez mais dependente do apoio e flexibilidade dos seus credores oficiais".
 

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