Standard & Poor's corta rating do BCP

Agência internacional está pessimista em relação a toda a banca portuguesa

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Sonangol é o maior accionista do BCP Paulo Pimenta

A agência internacional de notação financeira Standard & Poor's (S&P) está mais pessimista em relação à evolução do sector financeiro português e decidiu cortar o rating atribuído ao BCP, ao mesmo tempo que colocou em tendência "negativa" as notas atribuídas a todos os principais bancos nacionais.

Num relatório publicado esta quinta-feira à noite, a agência anunciou que baixou o rating do BCP de "B+" para "B" e que alterou a tendência do rating da CGD e do Santander Totta de "estável" para "negativa". BES e BPI mantém uma tendência "negativa" nas suas classificações.

Esta decisão da S&P acontece depois de, na semana passada, ter decidido passar a têndencia do rating da República Portuguesa de "estável" para "negativa", por causa da instabilidade política a que se assiste no país.

Agora, em relação aos bancos, a agência diz que a ameaça de deterioração da situação económica vai ter impactos negativos nas suas contas. "Todos os nossos ratings de bancos portugueses têm agora uma tendência 'negativa', o que é consistente com a nossa percepção de um ambiente muito difícil em que operam e com a nossa perspectiva de que os riscos económicos e específicos do sector no sistema financeiro português podem subir", afirma a agência, que se mostra particularmente preocupada com o facto de os bancos, por causa da conjuntura económica difícil, "estarem a acumular um elevado volume de activos problemáticos, que provavelmente irá continuar a crescer até que a economia volte a crescer". "

O agravamento da incerteza política pode colocar em causa as frágeis perspectivas de crescimento do país, atingindo os bancos com mais força do que aquilo que prevíamos", afirma o relatório.

Em concreto, em relação ao BCP, a agência diz que "o perfil de risco do banco é mais fraco do que o dos seus pares, tornando-o mais vulnerável ao ambiente difícil". "O Millenium BCP, não só acumulou mais empréstimos problemáticos do que a média do sistema, como a qualidade dos seus activos se deteriorou mais rapidamente", afirma o relatório agora publicado.
 

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