Sonae Sierra vai acelerar a venda de activos para investir em novos mercados

Empresa lança primeiro centro comercial na Colômbia, em parceria com empresário português.

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NoRenovação e ampiliação do Norteshopping é um dos projectos em curso.

A Sonae Sierra vai acelerar a venda de activos, incluindo em Portugal e em Espanha, dentro de uma estratégia a que chama de reciclagem de capital, e que visa libertar meios para investir em novos mercados, anunciou esta terça-feira Fernando Guedes de Oliveira, presidente executivo (CEO) da empresa de desenvolvimento e gestão de centros comerciais.

A reciclagem de capital visa financiar novos projectos, como o que vai acontecer na Colômbia, em parceria com um empresário português com negócios na Colômbia, Gonçalo Oliveira, da Família Riopele, explicou o CEO da Sonae Sierra, empresa do universo da Sonae, proprietária do PÚBLICO.

O investimento na Colômbia, no montante de 47 milhões de euros, a realizar em partes iguais pela sonae Sierra e pela Central Control, será realizado na cidade de Cucuta, onde já foi adquirido um terreno, e tem inauguração prevista para 2017.

A América latina e o continente africano são os mercados prioritários para o desenvolvimento de novos projectos. Num almoço com jornalistas, no Porto,  Guedes de Oliveira aguça a curiosidade sobre os próximos passos da empresa, ao afirmar que  a Sonae Sierra vai estar “activa” nos próximos anos.

A reciclagem de capital é uma estratégia antiga da promotora e gestora de centros comerciais, que foi travada pela crise financeira de 2008, que gerou forte desvalorização dos activos imobiliários, situação que está em inversão. “Os investidores internacionais estão novamente a olhar para Portugal e Espanha”, garante Guedes de Oliveira.

Dentro da estratégia de reciclagem de capital, a empresa vendeu  nos últimos 12 meses dois centros comerciais, um em Espanha e outro em Itália. A empresa destaca que a estrutura de capitais é muito conservadora, com uma alavancagem de 41%, e que a empresa não tem dificuldades em obter financiamento junto do sistema financeiro.

O continente africano é uma aposta da Sonae Sierra, mas sem Angola, onde “não existem condições políticas e económicas”  que permitam  transformar o país “num mercado com forte poder de compra”.

Na China, a Sonae Sierra tinha uma parceria com um parceiro local, que entretanto terminou, permanecendo no país uma equipa garantir projectos na área da gestão de centros comerciais, uma das áreas de negócio da empresa. Neste domínio, a empresa assinou no primeiro semestre seis novos contratos de gestão e comercialização de centros comerciais e e sete novos contratos para a prestação de serviços de desenvolvimento de centros comerciais em geografias como Itália, Turquia , Moçambique e Tunísia.

Numa declaração cautelosa, o CEO da Sonae Sierra disse esperar que” a recuperação dos mercados europeus seja uma realidade que veio para ficar” e ainda que esperar que “as perturbações políticas nos mercados onde empresa opera sejam passageiras”.

Concretamente sobre o  Brasil, o gestor admitiu “alguma preocupação pela situação política e económica” e admite que a estratégia passa pela valorização dos activos existentes, e não pela procura de novos projectos. No Brasil e em Portugal a empresa tem vários projectos de remodelação e ampliação de centros comerciais.

Nos primeiros seis meses do corrente ano, a Sonae Sierra apresentou um resultado líquido de 79,3 milhões de euros, um crescimento de 66% face a período homólogo.

As vendas dos lojistas europeus cresceram 2,8%, e em Portugal 3,3%. A taxa de ocupação do portfólio foi de 95,8%, mais 1,1% que no primeiro semestre de 2014.

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