Sonae Indústria agravou prejuízos apesar da melhoria dos resultados operacionais

Volume de negócios caiu 3%, para 1015 milhões de euros em 2014.

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Belmiro de Azevedo garante que vai voltar a estudar, uma preocupação que o acompanhou ao longo da sua carreira. Nélson Garrido

A Sonae Indústria terminou o ano de 2014 com um prejuízo de 116 milhões de euros, um agravamento de 48,7% face ao exercício anterior, explicado pelo plano de reorganização em curso na empresa.

O volume de negócios da Sonae Indústria ascendeu a 1015 milhões de euros, 3% abaixo dos 1,51 milhões de euros registados em 2013, numa base comparável. Boa parte da queda do volume de negócios ficou a dever-se, segundo a empresa, à redução da procura no segmento de OSB (painéis de fibras orientadas) na Alemanha.

Pela positiva esteve a evolução do resultado operacional (EBITDA) recorrente, que aumentou 10%, atingindo os 96 milhões de euros.

“Esta evolução positiva traduz as melhorias operacionais resultantes do processo de reorganização da Sonae Indústria, que permitiu alcançar uma margem de 9,4%, o melhor resultado desde o ano de 2007”, refere a empresa em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Na sequência do processo de reorganização, que levou ao encerramento e venda de várias fábricas, a empresa adianta que conseguiu “uma redução nos custos fixos totais de aproximadamente 3%, em comparação com o período homólogo, excluindo a contribuição das operações descontinuadas, o que representa uma redução de sete milhões de euros relativamente ao valor registado em 2013”.

No final de 2014, os custos fixos da Sonae Indústria (excluindo a contribuição das operações descontinuadas e custos de reestruturação) representava cerca de 19% do volume de negócios consolidado (20% no ano anterior).

“O índice médio de utilização de capacidade das unidades industriais da Sonae Indústria continuou a melhorar, alcançando cerca de 75%, uma subida de dois pontos percentuais face a 2013”, refere o comunicado da empresa.

A dívida da empresa, do universo de Belmiro de Azevedo, que através da Sonae é proprietário do PÚBLICO, caiu 16%, para 564 milhões de euros, e o investimento quase duplicou, atingindo 43 milhões de euros.

Comentando os resultados, Rui Correia, presidente executivo da Sonae Indústria, destaca que a empresa “reforçou a sustentabilidade das suas actividades durante o último ano, tendo alcançado o melhor nível de rentabilidade operacional desde 2007, ao aumentar a margem EBITDA recorrente para 9,4%”.

"O resultado traduz o processo de reorganização das nossas operações, o sucesso no lançamento de novos produtos e a melhoria do desempenho na Europa de Norte e na América do Norte, a par de um aumento da utilização de capacidade para 78%”, destacou ainda.

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