Sonae entra no negócio alimentar em Moçambique

Grupo português aliou-se à Satya, fundada pelo milionário Mohamed Ibrahim.

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Empresa da família Azevedo concretiza a ambição de entrar no retalho alimentar em África Paulo Ricca

A Sonae SGPS associou-se à Satya Capital, do milionário Mohamed Ibrahim, para entrar no retalho alimentar em Moçambique, depois de uma primeira tentativa mal sucedida no mercado angolano ao lado da empresária Isabel dos Santos.

De acordo com o comunicado enviado pela Sonae à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Sonae MC adquiriu duas lojas de retalho alimentar em parceria com a Satya Capital.

“O investimento total estimado ascende a seis milhões de dólares”, ou cerca de 5,3 milhões de euros, e será “partilhado entre a Sonae MC e a Satya de acordo com um rácio de 30/70 respectivamente”, refere o comunicado.

Segundo um estudo recente da consultora A.T. Kearney, no ano passado Moçambique foi considerado como o 15º país africano mais atractivo para as grandes cadeias de retalho internacionais (numa classificação onde Angola ocupa o terceiro lugar).

A análise indica que o sector do retalho moçambicano é dominado por empresas sul-africanas, como a Shoprite, mas tem despertado o interesse de grupos chineses, que têm vindo a investir em grandes superfícies.

A A.T. Kearney dava como exemplo recente o hipermercado gerido pela empresa Number One Supermarket, com produtos alimentares, bebidas, electrodomésticos, entre outros, que envolveu um investimento de 2 milhões de dólares (1,7 milhões de euros) na cidade de Quelimane, capital da província da Zambézia.

O comunicado da Sonae nada diz quanto à dimensão ou localização das lojas abrangidas por esta parceria, mas refere que a
Satya é uma "empresa de investimento independente fundada por Mohamed  Ibrahim, focada no fornecimento de capital para investimentos em África”.

Segundo a informação disponibilizada no site da Satya International, Ibrahim foi o fundador da Celtel, uma operadora de telecomunicações africana criada em 1998. Em 2005 a empresa foi vendida à MTC Kuwait for 3400 milhões de dólares (cerca de três mil milhões de euros), naquele que foi um dos negócios mais bem-sucedidos do continente africano.

Escreve a Forbes que Mohamed Ibrahim, de 70 anos, tem uma fortuna superior a mil milhões de dólares (895 milhões de euros), que o coloca no 1577 posto das maiores fortunas mundiais.

Nascido no Sudão, o investidor tem residência em Londres e, de acordo com a publicação norte-americana, além do investimento em empresas africanas, dedica-se a combater a corrupção em África através da Mo Ibrahim Foundation.

A Fundação publica regularmente o Ibrahim Index of African Governance, que avalia a região à luz de critérios como o respeito pelos direitos humanos e cumprimento das leis, refere a Forbes.

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