Greve de tripulantes da TAP deixa em terra mais de metade dos voos

Protesto será repetido no final do mês.

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A TAP prevê fazer 144 voos até ao final deste segundo dia de greve dos tripulantes de cabine, um pouco menos de metade das 291 ligações que estavam agendadas. Daqueles voos, nove são assegurados por trabalhadores que não fizeram greve e os restantes 135 não estavam abrangidos pela paralisação. A taxa de adesão ao protesto, diz o sindicato que representa os tripulantes, foi de 98%.

ara além de um número reduzido de voos integrados nos serviços mínimos, fazem ainda parte dos 135 voos assegurados aqueles que são de regresso à base, bem como os que têm estão identificados como sendo da TAP mas são operados pela Portugália, que pertence ao grupo TAP, mas que não está em greve.

“A expectativa da TAP foi cumprida”, afirmou Lúcia Cavaleiro, responsável pelas relações públicas da empresa, notando que os passageiros com voos marcados para este dia “foram todos reacomodados”, tanto em viagens em dias anteriores aos da greve, como nos próximos dias. As situações de muitos passageiros tinham já começado a ser resolvidas com antecedência e a este sábado chegaram apenas 2500 pessoas sem voos alternativos.

Já o presidente Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil, Rui Luís, disse estar satisfeito com a dimensão do protesto, sublinhando que entre os 2572 tripulantes abrangidos pela greve “há praticamente 500 que são precários” e que ainda assim aderiram, na sua maioria, à paralisação. Notou ainda que muitos dos tripulantes que não fizeram greve são precisamente trabalhadores com vínculo precário.

A paralisação, que começou nesta sexta-feira e termina neste sábado, vai repetir-se a 30 de Novembro e a 2 de Dezembro e prende-se com a exigência de que a companhia cumpra o acordo de empresa, nomeadamente no que diz respeito aos fins de semana de descanso e à marcação de escalas.

Os tripulantes querem “equidade de voos” no que diz respeito à distribuição do pessoal pelos trajectos mais exigentes, explica o presidente do sindicato, argumentando que “se os voos forem bem distribuídos, os tripulantes têm um cansaço bem distribuído”. Rui Luís acusa também a companhia de não proporcionar um fim de semana completo de descanso a cada sete fins-de-semana. 

A greve dos tripulantes começou nesta sexta-feira e termina no final deste sábado. No primeiro dia de protestos, ficaram em terra 145 aviões.

É a segunda vez que a transportadora enfrenta protestos laborais no espaço de poucos meses. Em Agosto, tinha já sido a vez de os pilotos da companhia fazerem greve, em protesto contra o que qualificaram como uma má gestão que levava à saída de profissionais qualificados.

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