Só 2% dos serviços mínimos partiram ou chegaram ao aeroporto do Porto

Greve dos pilotos tem afectado voos do aeroporto Francisco Sá Carneiro.

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Maior adesão dos pilotos da Portugália tem afectado operações no Porto paulo pimenta

Apenas seis dos 306 voos abrangidos pelos serviços mínimos para os dez dias de greve dos pilotos da TAP e Portugália partiram ou chegaram ao aeroporto do Porto, o que representa menos de 2% da operação decidida pelo Tribunal Arbitral.

Entre os serviços mínimos partiram três voos do aeroporto Francisco Sá Carneiro com destino ao Funchal e a Luxemburgo e chegaram outros três com origem também no Funchal e Luxemburgo, constatou a Lusa da análise da lista publicada pela companhia aérea.

O porta-voz da TAP, André Serpa Soares, explicou à Lusa que, face à escassez de serviços mínimos, decidida pelo Tribunal Arbitral do Conselho Económico e Social, a companhia procurou fazer os voos que protegessem "o maior número possível de passageiros". "O aeroporto de Lisboa tem dimensão maior, é aqui que está o principal hub da companhia. Lisboa gera mais tráfego e toda a operação para as Américas e África", adiantou, considerando que "é natural que a TAP procure garantir o maior número de passageiros possíveis".

Este porta-voz da companhia liderada por Fernando Pinto realçou que a estratégia seguida teve como objectivo minimizar o impacto da paralisação dos pilotos, rejeitando que signifique que o grupo esteja a subalternizar ou a desinvestir no aeroporto do Porto. A operação a norte foi ainda penalizada pela adesão dos pilotos da Portugália (PGA) superior à dos pilotos da TAP, que realizam um boa parte importante da operação com partida no Porto.

Segundo os números divulgados desde o início da greve pela companhia, mais de metade da operação da Portugália tem sido comprometida pelo protesto, o que o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) justificou com o objectivo de "combater a fadiga acumulada e o reconhecimento da necessidade de rever as regras de trabalho em vigor pelo Acordo de Empresa, dado que não estão ajustados à actual operação".

Os pilotos convocaram uma greve, para o período entre 1 e 10 de maio, por considerarem que o Governo não está a cumprir o acordo assinado em Dezembro de 2014, nem um outro, estabelecido em 1999, que lhes dava direito a uma participação de até 20% no capital da empresa no âmbito da privatização.

Esta terça-feira, o SPAC admitiu que a contestação da classe pode continuar após os dez dias de greve, adiantando que "novas medidas serão anunciadas a seu tempo". Para já, não há qualquer assembleia-geral marcada.

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