Sindicato dos trabalhadores da aviação civil pede a associados que vão trabalhar

SINTAC continua a opor-se à privatização, mas diz que requisição civil do Governo impede a greve.

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Governo espera vender 66% da empresa Miguel Manso

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC), um dos três que não chegou esta semana a acordo com o Governo para cancelar a greve na TAP, apelou nesta sexta-feira aos funcionários que representa para que se apresentem ao serviço, considerando que a requisição civil impede a greve.

"Porque nas condições impostas pelo Governo não é possível fazer greve e porque não somos irresponsáveis, aconselhamos todos os associados a apresentarem-se ao trabalho, de acordo com as suas atribuições e categoria profissional, mas reafirma-se a manutenção do pré-aviso de greve", afirma o SINTAC, em comunicado.

O sindicato explica que mantém o pré-aviso de greve "por uma questão de ética", considerando que o Governo teve um "comportamento ilegítimo" ao decretar a requisição civil antes de serem conhecidos os serviços mínimos para o período da greve –  27, 28, 29 e 30 de Dezembro –, e que "afrontou todos os trabalhadores e a própria lei da greve".

O SINTAC reafirma o desacordo com a privatização da TAP e "teme pelo futuro dos trabalhadores, seja em matéria de postos trabalho, seja em salários ou condições sociais", reiterando que com a venda da empresa a privados "os trabalhadores ficarão mais pobres, mas o país também". Contactado pela agência Lusa, o presidente do sindicato, Miguel Kadosch, recusou indicar o número de trabalhadores da TAP representados pelo SINTAC.

O SINTAC é um dos três sindicatos que mantêm o pré-aviso de greve, além dos sindicados dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA) e Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), depois de nove dos 12 sindicatos que tinham apresentado pré-avisos de greve terem anunciado, na quarta-feira, a desconvocação da paralisação.

Na quarta-feira, o Governo aceitou discutir com os sindicatos as condições para manter a TAP em Portugal por dez anos após a privatização da empresa, segundo um memorando assinado pelo executivo e pelos nove sindicatos da TAP que desconvocaram a greve. Com o contributo destes sindicatos, o caderno de encargos para a venda de 66% da empresa deverá estar concluído em meados de Janeiro.

A decisão de relançar a privatização da companhia aérea, suspensa em Dezembro de 2012, acendeu uma onda de contestação que culminou com a marcação desta greve, à qual o Governo respondeu com a imposição de uma requisição civil aos trabalhadores da TAP, que abrangia cerca de 70% dos funcionários e garantia as operações previstas para aqueles dias.

 

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