Sindicato da aviação contesta privatização da TAP e acusa Governo de "atitude bárbara"

Comissão de Trabalhadores disse que vai pdir ainda hoje reunião com o ministro da Economia.

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Fernando Pinto é o presidente da TAP.

O Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA) manifestou-se esta quinta-feira contra a privatização de 66% da TAP anunciada pelo Governo, afirmando que o processo é "vergonhoso" e reflecte uma "atitude bárbara" do executivo.

"Somos contra a privatização da TAP. É mais uma patifaria que se está a fazer à economia nacional. Estamos em desacordo e tudo faremos para que não seja concretizado o objectivo do Governo", disse o secretário-geral do SITAVA, Luís Rosa, à Lusa.

O Governo aprovou esta quinta-feira, em Conselho de Ministros, o processo de privatização da TAP, que passa pela alienação de acções representativas de até 66% do capital social da TAP SGPS.

Luís Rosa classificou de "vergonhoso todo o processo de privatização que está em cima da mesa", considerando tratar-se de "uma ideologia do Governo, e não uma questão financeira".

"Tendo em conta a importância económica que a empresa tem para o país, para toda a actividade económica relacionada com a TAP e a capacidade exportadora que a companhia tem neste momento, e que a torna a maior exportadora nacional, trata-se de uma atitude bárbara", afirmou o sindicalista.

O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo (SNPVAC), também contactado pela Lusa, disse estranhar "esta pressa" do Governo quanto à privatização da companhia aérea. "Achamos estranho esta pressa e estamos muito preocupados, mas estamos ainda mais preocupados com aquilo que o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, disse sobre a venda", declarou o presidente do SNPVAC, Rui Luís.

Rui Luís disse esperar que, "francamente, contem com os trabalhadores nesta possível privatização".

A Lusa também contactou o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), que remeteu para a próxima semana uma posição do sindicato sobre a decisão hoje anunciada pelo executivo.

Entretanto, e já na sequência do anúncio do Governo, a Comissão de Trabalhadores da TAP reuniu-se e decidiu dirigir-se ainda hoje para o Ministério da Economia onde vai solicitar uma reunião com o ministro Pires de Lima, revelou à Lusa Jorge Figueiredo, da Comissão de Trabalhadores.

O presidente da TAP, Fernando Pinto, afirmou no parlamento a 1 de Outubro que já tinha apresentado ao Governo "três ou quatro interessados" na privatização da companhia.

O empresário português Miguel Pais do Amaral, com o antigo dono da Continental Airlines, Frank Lorenzo, o grupo espanhol Globalia, dono da Air Europa, o empresário Gérman Efromovich e a companhia brasileira Azul têm sido apontados na imprensa como interessados na operação.

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