Sindicato contra cortes nos subsídios de isenção de horário no Montepio

Medida afecta 30% dos trabalhadores e não foi bem acolhida

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Primeira reunião entre o sindicato e administração para rever acordo de empresa marcada para Setembro Enric Vives Rubio

O presidente do Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) apelou neste domingo ao fim dos cortes dos subsídios de isenção de horário no Montepio, afirmando que é um mau começo para negociar o acordo de empresa.

A decisão partiu da administração da Caixa Económica Montepio Geral – o chamado banco Montepio - e foi conhecida no final de Julho, com o banco a justificar a medida com o "respeito pela vida privada dos colaboradores", que assim ficarão com mais tempo para família e amigos, e com a "preservação de postos de trabalho".

No entanto, a decisão – que afectou 30% dos trabalhadores com isenção de horário - não foi bem acolhida pelo sindicato.

Segundo o presidente do SNQTB, Paulo Marcos, embora em termos legais a isenção de horário se destine a compensar acréscimos de trabalho recorrentes, “a tradição bancária é usar este subsídio para poder pagar acima das tabelas remuneratórias”.

Paulo Marcos salientou que o Montepio decidiu, unilateralmente, cortar 30% das isenções de horário dos trabalhadores que as tinham, afectando cerca de metade dos funcionários do banco, com particular incidência sobre os que vieram do ex-Finibanco, o que leva o SNQTB a partir de “pé atrás” para as negociações do acordo de empresa.

“Nós achamos que, quem vem negociar e vem de boa-fé, começa mal, retirando [os subsídios] sem aviso, sem planeamento e não respeitando os direitos consuetudinários das pessoas. Parece-nos que, para começar a conversar, é estranho”, criticou.

O sindicalista teme que o acordo de empresa tenha ainda mais implicações negativas para os trabalhadores.

“Há todos os indícios que o acordo de empresa, da parte do Montepio, venha propor uma redução temporária da remuneração dos trabalhadores”, afirmou Paulo Marcos, acrescentando que a reposição dos subsídios faz parte das condições que o Sindicato quer negociar.

A primeira reunião entre sindicato e a administração do Montepio para o acordo de empresa deve acontecer nos “primeiros dias de Setembro”, mas a data ainda não está fechada.

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