Segurança energética não pode ser feita “de costas voltadas para o Atlântico”

Ministro da Energia defende papel da Península Ibérica o abastecimento de gás da União Europeia.

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Europa quer reduzir dependência do gás russo Laszlo Balogh/REuters

O ministro do Ambiente e Energia, Moreira da Silva, afirmou nesta quinta-feira, em Bruxelas, que a segurança energética da União Europeia (UE) não deve ser projectada "de costas voltadas para o Atlântico", referindo-se ao abastecimento de gás.

"Hoje fiz questão de dizer, como tenho dito nos últimos meses, que não podemos projectar uma maior diversificação das fontes energéticas e do abastecimento de energia à UE de costas voltadas para o Atlântico", disse Jorge Moreira da Silva, no final de um Conselho de Ministros da UE.

Portugal e Espanha "podem contribuir para que a UE seja menos dependente do gás da Rússia", salientou, reiterando que numa altura em que a União Europeia está à procura de alternativas ao abastecimento do gás pela Rússia, a Península Ibérica, "tem oito dos 12 terminais de LNG [gás natural liquefeito] na UE".

Todas as outras alternativas à Rússia, sublinhou também, "se posicionam do mesmo lado: Norte, Centro, Leste e também Mediterrâneo".

"Há considerações de natureza geopolítica que devem ser incluídas nesta questão, não se trata apenas da relação custo/benefício", frisou.

No que respeita às interligações de electricidade, Moreira da Silva qualificou o acordo de Madrid, entre Portugal, Espanha e França, sob os auspícios da Comissão Europeia, como "histórico". Até 2020, Portugal terá pelo menos 10% de interligações a Espanha e a Península Ibérica irá chegar a um mínimo de 8% com a França.

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