Sector Empresarial do Estado reduz prejuízo para 394 milhões no 1.º trimestre

O Sector Empresarial do Estado (SEE) registou um resultado líquido negativo de 394,1 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, uma melhoria face ao prejuízo de 405,3 milhões de euros no período homólogo de 2013, segundo dados divulgados nesta quinta-feira.

"O resultado líquido global do SEE, ainda que negativo, mantém a tendência de melhoria, tendo atingido no final do primeiro trimestre de 2014 um total de -394,1 milhões de euros, o correspondente a um crescimento de 11,2 milhões de euros face ao trimestre do período homólogo", lê-se no relatório sobre o SEE relativo ao primeiro trimestre de 2014.

O documento da Direcção-Geral do Tesouro e Finanças revela que houve uma melhoria nos resultados das áreas da Comunicação Social (24,8% para 3,7 milhões de euros), da Cultura (95,2% para -13 milhões de euros), da Requalificação Urbana (50,1% para -2,7 milhões de euros), e da Saúde (52,4% para -82,7 milhões de euros).

Em sentido contrário, houve um agravamento dos resultados nos sectores das Infra-estruturas (-5,1% para -21,7 milhões de euros), dos Transportes (-38,4% para -170,9 milhões de euros) e das Empresas Parpública (-44,5% para -113,6 milhões de euros).

No caso da Saúde, "o incremento das vendas e serviços prestados, aliado à contenção de custos" permitiu que o prejuízo ficasse nos 82,7 milhões de euros, uma melhoria de 90,9 milhões de euros face aos três primeiros meses do ano passado.

O sector da Saúde reduziu os gastos operacionais em 51,1 milhões de euros e, segundo o relatório verificou-se, igualmente, uma diminuição do volume dos pagamentos em atraso em 103,6 M€, tendo passado de 1.028,4 M€ para 924,8 M€, o que reflecte essencialmente o efeito do Programa Extraordinário de Regularização de Dívidas do Serviço Nacional de Saúde”, que permitiu regularizar valores em dívida e negociar prazos de pagamento mais favoráveis com os maiores fornecedores dos hospitais.

Nas Empresas Parpública, houve um agravamento de 35 milhões de euros no resultado para -113,6 milhões de euros, "essencialmente pela diminuição dos resultados da Águas de Portugal (AdP), em cerca de 44,3 milhões de euros", informou a entidade ligada ao Ministério das Finanças.

Já no sector dos Transportes, o agravamento da rúbrica de variações de justo valor em cerca de 76 milhões de euros, conjugado com a melhoria dos resultados financeiros, em 26,6 milhões de euros, gerou uma diminuição do resultado líquido de 47,4 milhões de euros face ao trimestre homólogo, para um total de -170,9 milhões de euros.

Quanto ao sector das Infra-estruturas, houve uma diminuição do resultado líquido na ordem de um milhão de euros para um total de -21,7 milhões de euros, como consequência do agravamento dos resultados financeiros, particularmente na Estradas de Portugal (EP).

O SEE alcançou um EBITDA (lucro operacional) positivo de 74,1 milhões de euros, com um crescimento de 41,2% (mais 21,6 milhões de euros do que no primeiro trimestre de 2013), "fortemente impulsionado pelo desempenho no sector da Saúde, que cresceu 63% de -140,6 milhões de euros para um total de -52 milhões de euros".

O volume de negócios, excluindo o investimento em infra-estruturas de longa duração (ILD) apresenta, em termos homólogos, um crescimento de 4,6 milhões de euros (0,2%), alcançando um valor de cerca de 1.898,8 milhões de euros.

No que toca aos gastos operacionais, excluindo os ILD, apresentaram uma diminuição de 3,8% face ao primeiro trimestre de 2013, para um total de 1.961,1 milhões de euros, distribuídos por Gastos com Pessoal (uma redução de 5,3% para -47,4 milhões de euros), Custo das Mercadorias Vendidas e Matérias Consumidas (CMVMC), menos 4,9% para -19,5 milhões de euros, e Custos Diversos de Fabrico (FSE), recuo de 1,4% para -10,5 milhões de euros.

Durante o primeiro trimestre do ano, o SEE reduziu o nível de endividamento em 1% (face ao final do ano de 2013), ascendendo o endividamento total a cerca de 32 mil milhões de euros, repartido pelas Empresas Públicas Não Reclassificadas (EPNR), num total de 12.800 milhões de euros (-2%), e Empresas Públicas Reclassificadas (EPR), num total de 19.200 milhões de euros (-0,3%).

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