Santander Totta aumenta lucros no semestre para 103 milhões de euros

Presidente da filial portuguesa do grupo espanhol assume que continua atento a eventuais negócios na banca nacional.

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O lucro do Santander Totta subiu 29,2% face ao valor contabilizado em idêntico período de 2014 REUTERS/Sergio Perez

Nos primeiros seis meses do ano, a filial portuguesa do grupo espanhol Santander, o Santander Totta, lucrou 103,2 milhões de euros, o que traduz numa subida de 29,2% em relação ao valor contabilizado em idêntico período de 2014.

Durante a apresentação das contas semestrais, que decorreu nesta terça-feira em Lisboa, o presidente do Santander Totta, António Vieira Monteiro, defendeu que o mercado português irá assistir a consolidações e abriu a porta a ser um parceiro no movimento.

"As necessidades de rentabilidade e de capital vão levar, com certeza, à consolidação” bancária em Portugal, afirmou o presidente do Santander Totta. E, sem detalhar intenções, acrescentou que, “atendendo à nossa dimensão e a posições que temos nos mercados core”, é natural “que estejamos atentos a tudo o que se venha a desenvolver”.

Uma declaração que vem no seguimento de outras realizadas anteriormente, segundo as quais, fechada a porta de entrada do Santander no Novo Banco — excluído que foi de participar na fase final do concurso de venda que está ainda a decorrer —, “outras oportunidades” aparecerão. Vieira Monteiro pediu aos jornalistas presentes na conferência de imprensa que não lhe pedissem “para comentar mais” o dossier do Novo Banco.   

No final de Junho de 2015, o rácio de capital (Common Equity Tier 1), que avalia a solidez do Santander Totta, estava em 15%, acima do apurado um ano antes (14,6%), mas abaixo do registado em Dezembro de 2014, 15,1%.

Para António Vieira Monteiro, a melhoria dos resultados semestrais ficou a dever-se, em parte, a um acréscimo da margem financeira, de 5,8%, para 284,6 milhões de euros, e às menores remunerações dos depósitos de clientes. Já as comissões líquidas caíram 0,5% para 133,7 milhões de euros, tendência seguida pela evolução das operações financeiras que tiveram uma queda, face ao ano anterior, de 68,7%, para 24,9 milhões de euros.

O produto bancário, somado aos resultados da actividade segurada espanhola associada à operação em Portugal, ascendeu a 450,5 milhões de euros, o que se traduziu numa redução de 5,1%. Os custos operacionais caíram 3,9%, situando-se em 237,8 milhões de euros, em consequência da diminuição das amortizações, com os gastos gerais e com pessoal a deteriorem-se.

Ao contrário da evolução registada na carteira de depósitos, que subiu 9% para 20,552 milhões (com os recursos de clientes fora do balanço totaliza agora 25,652 milhões), os empréstimos a clientes tombaram 0,5% para 26,674 milhões, o que foi explicado por uma menor apetência do segmento de particulares por compra de casa ou de financiamento de curto prazo devido à crise económica. Por seu turno, o crédito às empresas mantem o sentido de subida (mais 3,3%). Em termos de rácios, o crédito vencido a mais de 90 dias equivalia a 4,26% do crédito total (4,02% em Junho de 2014), o que se expressou numa subida ligeira dos níveis de cobertura por provisões (0,3 pontos percentuais), que está agora nos 105,6%.

Entre Janeiro e Junho de 2015, o Santander Totta contabilizou em imparidades e provisões (perdas potenciais relacionadas, nomeadamente, com risco de crédito) um total de 65,7 milhões de euros, ou seja, menos 42,5% do que o montante registado um ano antes.

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