Depois da análise mais detalhada às contas do Novo Banco, que está a decorrer, o Santander "decidirá se vai ou não apresentar uma proposta vinculativa", afirmou António Vieira Monteiro, presidente da instituição financeira. O banqueiro declinou confirmar o valor da oferta não vinculativa para a compra do Novo Banco apresentada pelo grupo espanhol, que tem sido referida pela comunicação social como sendo a mais baixa das cinco que foram entregues ao Fundo de Resolução. "O nosso interesse [no Novo Banco] não esmoreceu e a prova é que pusemos uma equipa de 40 pessoas a estudar o dossiê".

Vieira Monteiro falava no âmbito da apresentação dos resultados do primeiro trimestre do Santander Totta, período em que o banco registou um lucro de 53,8 milhões de uros, mais 27,8% do que o valor registado no período homólogo do ano anterior. A filial portuguesa do grupo espanhol Santander apresenta ainda um acréscimo de 5,4% dos recursos dos clientes com os depósitos a aumentarem 7,5% e os recursos fora do balanço a subirem 2,3%.

Sobre o Novo Banco, o banqueiro acabou por salientar que caso não adquira o Novo Banco "haverá mais marés do que marinheiros" e outras oportunidades surgirão". "Mas estamos focados no crescimento orgânico" o que "nos permite enfrentar" o futuro, assegurou Vieira Monteiro. Hoje, disse," estamos a viver uma mudança na cultura bancária relacionada com a era digital" que vai obrigar a olhar para o mercado de outro modo.

"Todo o investimento estrangeiro, desde que cumpra as regras, é bem-vindo", considera Vieira Monteiro, instado a comentar a possibilidade de um grupo chinês ou de um fundo norte-americano virem a ganhar a corrida ao Novo Banco. Na corrida estão, além do Santander, os chineses da Fosun e da Angbang e os fundos norte-americanos Apollo e Cerberus.

O banqueiro admitiu ainda poder vir a assistir-se a um movimento de consolidação bancária em termos europeus, "mas logo se verá se começa na Península Ibérica" ou numa outra região.