Saída "limpa” destacada nas edições online dos jornais internacionais

Notícias repartem-se entre o optimismo e o risco da decisão governamental.

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Imprensa internacional destaca, nas edições online, a pção portuguesa de dizer concluir de imediato a ajuda financeira. João Camões/arquivo

A decisão de Portugal de concluir o programa de ajustamento financeiro sem recuso a um plano cautelar, anunciada no domingo pelo Governo, era a esperada pelos mercados e analistas financeiros. Ainda assim, o anúncio de Passos Coelho não foi ignorado nas edições online de importantes órgãos de comunicação social.

O norte-americano Wall Street Journal foi dos primeiros a destacar a comunicação do primeiro-ministro português, referindo que a decisão do Governo constitui um marco na retoma financeira da Europa.

Também a Bloomberg destacou o anúncio, feito às 20h de Lisboa, sublinhando que, depois da saída irlandesa e do fim do apoio à banca espanhola, Portugal torna-se o terceiro país a sair de um programa de resgate externo. A agência financeira norte-americana destaca ainda que a decisão portuguesa deixa a Grécia e o Chipre sozinhos no lote dos países sob ajuda externa.

A Bloomberg recorda, no entanto, que a notação financeira do país continua baixa na avaliação das três principais agências de rating internacionais: a Moody’s, a Fitch e a Standard & Poor’s.

Na Europa, a notícia teve amplo destaque. O Financial Times, que já tina antecipado o desfecho sem cautelar, referiu que a decisão portuguesa será saudada pela maioria dos governos da zona euro. O mesmo jornal cita ainda a directora do FMI, Christine Lagarde, dizendo que o país se encontra agora numa “sólida posição para completar a consolidação das contas públicas e aprofundar as reformas estruturais”.

Sob o título Portugal não precisa de mais empréstimos, diz Passos Coelho, a BBC também destacou a comunicação do primeiro-ministro. Invocando a decisão semelhante tomada pela Irlanda, o sítio da Internet da estação britânica de televisão acrescenta que a economia portuguesa está a recuperar da pior situação vivida desde a década de 1970.

“A administração em Lisboa garante o elogio dos parceiros europeus: Portugal dispensa a ajuda de um programa cautelar no momento da saída do programa de resgate externo.” É desta forma que começa a notícia na versão online da revista Spiegel, que recorda ainda o exemplo da Irlanda, que também já tinha optado pela chamada saída “limpa” do seu programa de ajuda.

O francês Libération também destacou que “Portugal sairá do seu pograma de assistência sem rede de segurança”.

Até pela proximidade geográfica, a imprensa espanhola não deixou passar em branco a notícia. O diário El País dá voz a especialistas que dizem que esta forma de sair do programa de resgate “não significa o fim da austeridade, mas que constitui um primeiro passo”. “É a forma mais arriscada de sair do programa”, acrescenta.

Já o Expansión refere que “Portugal opta por uma saída limpa do seu resgate” e o El Mundo destaca uma frase de Passos: “No dia 17 de Maio terá terminado o resgate”.

No Brasil, a notícia foi assinalada pela Folha de São Paulo: "Portugal abre mão da ajuda financeira da UE e do FMI".

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