Revisão em baixa do consumo de petróleo para 2015 agrava queda de preços

Barril do West Texas, referência para os Estados Unidos, abaixo dos 60 dólares.

Foto
Redução das perspectivas de consumo colocam nova pressão sobre os preços do petróleo Foto: Jessica Rinaldi/Reuters

O preço do petróleo continua nesta sexta-feira em queda nos mercados internacionais, com o West Texas, referência para os Estados Unidos, a cotar abaixo dos 60 dólares por barril, num dia em que a Agência Internacional de Energia (AIE) fez uma revisão em baixa das perspectivas de consumo para 2015.

A AIE reduziu, no período de um mês, a previsão de crescimento do consumo diário em 230 mil barris. O crescimento estimado para 2015 fica agora em 900 mil barris por dia, para um total de 93,3 milhões de barris/dia.

O maior corte de estimativas de crescimento acontece na Rússia, consequência das sanções aplicadas pelo Ocidente por causa do conflito ucraniano. A quebra na Rússia responde por boa parte da redução estimada pela AIE, já que ascende a 195 mil barris diários.

Para além da redução das perspectivas de evolução do consumo, a quarta realizada este ano, a AIE antecipa um aumento de produção por parte dos países que não integram a OPEP (Organização de Países Exportadores de Petróleo), como é o caso dos Estados Unidos.

A exploração do chamado shale oil, petróleo resultante da fragmentação de rochas geradoras de hidrocarbonetos, nos Estados Unidos, e o abrandamento das economias emergentes e do Japão, a que se junta o anémico crescimento da Europa, estão na origem da forte queda da cotação do petróleo.

De acordo com o relatório mensal da AIE, a produção mundial de petróleo caiu para 94,1 milhões de barris por dia em Novembro, um recuo de 340 mil barris diários face a Outubro. A produção dos países que integram a OPEP caiu 315 mil barris por dia, para 30,32 milhões de barris diários, essencialmente devido à baixa produção na Líbia.

"A produção crescente de petróleo de xisto nos EUA deverá fazer com que a produção dos países de fora da OPEP registe um crescimento recorde em 2014", diz a nota da AIE, que acrescenta ainda que o crude produzido pelos países da OPEP caiu 315 mil barris por dia para um total de 30,32 milhões de barris diários devido à baixa produção na Líbia.

A agência destaca a queda dos preços do petróleo não está a provocar um aumento do consumo, e que a quota de mercado perdida para as fontes de energias renováveis não será recuperada por causa da queda do preço do ouro “negro”.

A AIE alerta ainda para o risco da baixa dos preços do petróleo aumentar o risco de instabilidade social ou dificuldades financeiras nos países produtores que se encontrarem em dificuldades para pagar as dívidas.

A evolução dos preços do petróleo está a afectar negativamente os mercados accionistas europeus, que seguem a cair mais de 1%.

Sugerir correcção
Ler 2 comentários