Petrolíferas suspeitas de manipular preços na mira das autoridades britânicas

Gabinete de combate à fraude do Reino Unido admite abrir investigação depois de buscas a escritórios da BP e da Shell.

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As buscas aos escritórios da BP, em Londres, tiveram lugar na terça-feira Molly Riley/Reuters

As suspeitas levantadas pela Comissão Europeia sobre várias empresas petrolíferas, por alegada manipulação do preço do crude, colocaram em alerta máximo o departamento britânico de combate à fraude (Serious Fraud Office), que admite abrir uma investigação criminal ao caso.

Num comunicado citado pelo diário The Guardian, o departamento britânico garante que está a acompanhar as movimentações que vieram a público esta semana, mas diz não ter aberto formalmente uma investigação criminal.

Os escritórios de Londres de gigantes da energia, como a britânica BP e da anglo-holandesa Shell, foram alvo de buscas na terça-feira por parte das autoridades europeias no quadro de uma investigação para apurar se houve distorção de preços no sector petrolífero.

A Comissão Europeia fez saber que as buscas tiveram lugar em dois estados-membros da UE, mas não referiu que empresas estão na mira das autoridades europeias. Separadamente, a BP, a Shell confirmaram estar a colaborar com as autoridades, assim como a Platts, uma das principais agências mundiais que serve como fonte de informação e avaliação de preços no sector.

A investigação foi conduzida em colaboração com a Autoridade de Supervisão da EFTA, uma vez que em causa está também a Statoil, da Noruega, país que pertence ao Espaço Económico Europeu.

A Comissão Europeia suspeita que as empresas possam ter participado num processo de distorção de preços que remonta a 2002.

A investigação sobre o sector petrolífero é o caso mais recente relacionado com suspeitas sobre distorção de preços no espaço europeu, onde no ano passado veio a público o caso de manipulação das taxas Libor e Euribor por parte de vários gigantes da banca mundial, entre eles grandes instituições financeiras europeias.

Segundo o jornal The Independent, no caso da investigação agora em marcha no sector energético, a acção das autoridades europeias enquadra-se na campanha que ganhou força nos últimos meses entre os países do G20 para as maiores economias mundiais combaterem casos de manipulação e distorção de mercado.
 

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