Reduzir custos é a maior prioridade do comércio para ser competitivo

Confederação do sector apresenta nesta terça-feira o Programa Estratégico para o Comércio e Serviços.

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Redução de custos e inovação de produto no topo das prioridades Nuno Ferreira Santos

A redução de custos é a prioridade das empresas do comércio e serviços para reforçar a competitividade, logo seguida da inovação dos produtos.

Um inquérito feito pela Quaternaire Portugal para a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), mostra que 18,8% das empresas questionadas acreditam que para serem mais eficazes precisam de cortar nos gastos, enquanto 16,6% indicam os novos produtos como um dos elementos chaves para a competitividade.

A formação dos recursos humanos só surge em quinto lugar numa lista de nove prioridades. As empresas privilegiam mais a melhoria na qualidade da venda e pós venda ou da eficácia de gestão e planeamento do negócio como áreas-chave.

“O aspecto que é manifestamente menos valorizado é a aposta em produtos e serviços de baixo custo, opção que não poderá ser desligada das características da amostra de empresas respondentes e do seu segmento de negócio”, lê-se no relatório.

A CCP apresenta nesta terça-feira o Programa Estratégico para o Comércio e Serviços, para o período 2015-2020, “em correspondência temporal com o ciclo de apoios comunitários consagrados no Portugal 2020”. João Vieira Lopes, presidente da CCP, considera que “a qualificação dos activos das empresas deve constituir uma prioridade das políticas públicas nacionais”. “A alocação de fundos comunitários – que são fundos públicos - à formação profissional e à qualificação dos portugueses deve obedecer a critérios de prioridade, ser gerida em função de um plano nacional e assentar a sua execução fazendo convergir a proximidade dos destinatários com os recursos formativos adequados”, acrescenta.

No relatório antecipa que o sector dos serviços vai continuar a ser um “grande empregador”, tendência “que se acentuará”. Analisando os impactos da crise económica e financeira, que estacou em 2008, verifica-se que o comércio “interrompeu um período de relativa estabilidade no número de empresas e do emprego”, passando por uma elevada recessão a partir desse ano. Já nos serviços prestados às empresas, houve estagnação no negócio, em forte crescimento desde 2004.

A crise reduziu o consumo nas lojas, hotéis e restauração e interrompeu “trajectórias de crescimento da actividade económica na economia de serviços, sobretudo nos que se dirigem às empresas, no que poderia ser entendido como uma reestruturação do sector”, lê-se no documento. É por isso que a qualificação dos trabalhadores é uma prioridade a ter em conta. “O inquérito realizado às empresas mostra que a formação dos recursos humanos constitui uma preocupação relevada em particular pelas empresas da área dos serviços pessoais, precisamente aquelas que apresentam uma estrutura de emprego mais desqualificada”, indica o documento. A contratação de trabalhadores licenciados ou com, pelo menos, o ensino secundário vai mudar a actual estrutura do emprego nas empresas que prestam serviços a outras organizações. Noutras áreas de actividade, “a prevalência das baixas qualificações será maior”.

Em jeito de conclusão, o relatório da CPP sublinha que o sector tem “níveos de rotação e precariedade elevados”, que travam a produtividade e penalizam a qualidade do emprego no comércio e serviços e, em consequência, “a sua atractividade”.

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