Redução do IMI em risco nos municípios sob ajustamento

Regras de acesso ao Fundo de Apoio Municipal ditam taxas máximas no IMI, embora admitam excepções. Câmaras votam a medida em 2015 e aplicam-na em 2016.

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A Câmara de Aveiro vai receber um empréstimo de 10,5 milhões de euros Nelson Garrido

Os municípios sob programa de recuperação financeira, ao abrigo do Fundo de Apoio Municipal (FAM), poderão ficar impedidos de aplicar a redução do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) consoante o número de filhos, uma das propostas de alterações ao Orçamento do Estado para 2015.

A questão, no entanto, só deverá colocar-se em cima da mesa nas assembleias municipais em 2015, tendo a redução efeitos práticos apenas em 2016, relativamente ao IMI de 2015.

Contactado pelo PÚBLICO, o Secretário de Estado da Administração Local, António Leitão Amaro, não quis pronunciar-se sobre esta norma concreta, ainda a aprovar no Parlamento, não explicitando se os municípios a receber verbas do Estado ao abrigo do FAM ficam impedidos, em absoluto, de avançar com esta medida.

Certo é que as regras de equilíbrio orçamental exigidas aos municípios sob programa de ajustamento determinam que sejam fixadas as taxas máximas de IMI, “incluindo a não aplicação de qualquer factor minorativo e a aplicação dos factores majorativos”. Mas se o regime da recuperação financeira municipal diz que devem ser revogados os benefícios fiscais e as isenções de taxas concedidos pelo município, excepciona os casos em que o Fundo de Apoio Municipal o autorize, vendo aí “vantagens económicas para o município”.

Ainda que o prazo de candidatura ao FAM ainda esteja a decorrer (até 30 de Novembro), é para já pequeno o universo de câmaras abrangidas pelo fundo de emergência que antecipa as verbas do FAM. O Governo já aprovou um empréstimo de emergência de 10,5 milhões de euros à Câmara de Aveiro e um outro, de 854 mil euros, a Vila Nova de Poiares. A Câmara do Cartaxo já deu luz verde para avançar com um pedido de apoio ao fundo; e também a Nazaré está a negociar uma ajuda de emergência.

Numa proposta de alteração ao orçamento, os grupos parlamentares do PSD e CDS-PP propõe que os municípios fixem uma redução do IMI (a vigorar no ano a que respeita o imposto), atendendo ao número de filhos. Para um agregado familiar com um filho, é proposta uma descida do IMI em 10%; para quem tem dois filhos a redução é de 15%; com três ou mais filhos o corte no imposto é de 20%.

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