O Novo Banco recomprou obrigações no valor de 347,3 milhões de euros, o que corresponde a 70% do que se propunha (500 milhões de euros), segundo anunciou esta quinta-feira a instituição.

O valor das obrigações recompradas corresponde a 347, 2 milhões de euros (valor da emissão na maturidade), mas o banco apenas pagou 248,7 milhões de euros (-28%), o que corresponde a uma poupança média de 100 milhões de euros nos próximos três anos. O impacto positivo da operação nos resultados e no capital ascende a 30 milhões de euros, e um ganho na margem de 29 milhões de euros.

A oferta de recompra de obrigações estava limitada em termos de preço, que representava uma perda de 28% face ao valor de colocação das emissões e um pequeno prémio face ao valor de mercado na semana passada.

A operação de recompra incidiu sobre oito emissões de obrigações, detidas por investidores institucionais, com vencimentos em 2019 e 2022. Esta operação permite ao banco, a um custo interessante, reduzir a dívida e dessa forma aumentar o capital.

Apesar da incerteza nos mercados financeiros e da ausência de mercado para estes títulos, alguns investidores não aceitaram as condições fixadas. Para essa decisão deverá ter pesado o facto de se tratar de dívida sénior, ou seja, da que tem melhor qualidade.

No entanto, a manutenção destes títulos tem riscos, nomeadamente o de haver alguma necessidade de recapitalizar o NB, ou uma nova resolução, que, dadas as novas regras, chame os obrigacionistas a suportar os custos.

No memorando da oferta, o Novo Banco, que resultou da resolução do BES, alertava para vários riscos, designadamente em relação ao processo de venda em curso, cujo prazo para a entrega de propostas por parte dos seis candidatos que mostraram interesse na aquisição termina esta quinta-feira.