Concorrência agressiva provoca descida nas receitas da PT

Empresa viu receitas descerem 7% para 590 milhões. Altice diz que há espaço para melhorar rentabilidade.

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PT perdeu 80 mil clientes no móvel no segundo trimestre Miriam Lago

As receitas da PT caíram 7,1% no segundo trimestre para 590 milhões de euros. Os números foram divulgados esta quarta-feira pela Altice, que assumiu a gestão da operadora em Junho. O grupo internacional liderado por Patrick Drahi , de que faz agora parte a PT, registou receitas consolidadas de 3,9 mil milhões de euros, em queda de 2%.

Com esta evolução de receitas, o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) da PT Portugal recuou 7,7%, para 225 milhões de euros, empurrando a margem EBITDA para 38,2% (menos 0,3 pontos).

Na conferência telefónica com os analistas de várias casas de investimento, o presidente executivo da Altice, Dexter Goei reiterou "que existem grandes oportunidades na PT" em termos de aumento de margens. Em Janeiro, Goei já tinha afirmado, também em conferência com analistas, que a margem EBITDA média de algumas das suas empresas estava próxima dos 48%, havendo por isso espaço para melhorias na PT.

Goei lembrou ainda aos analistas que a Altice se comprometeu com o Governo português a não causar grande agitação na PT com despedimentos - "embora nada nos tenha sido pedido" -, mas que está a fazer alterações na gestão de topo e nas gestões intermédias da empresa (recentemente a PT anunciou que vai diminuir o número de direcções de 76 para 42). 

Afirmou ainda que a anterior gestão da empresa não foi mandada embora, optando no entanto "por exercer o seu direito a uma saída dourada".

No comunicado desta quarta-feira, diz a Altice que as receitas da PT caíram 0,5% face ao primeiro trimestre do ano, com uma subida inexpressiva de 0,3% no negócio fixo residencial, para 174,2 milhões de euros. Já no móvel, os proveitos encolheram 6%, para 145 milhões de euros, o que os novos donos da PT atribuem a “grandes perdas no pré-pago, motivadas por uma política agressiva de preços da concorrência no pós-pago”.

Enquanto a receita média mensal por cliente (ARPU) no fixo subiu 4% para 33 euros, no móvel a evolução foi negativa: um recuo de 4% para 7,1 euros. A PT acabou o trimestre com 6,1 milhões de clientes no móvel, o que traduz uma diminuição de 80 mil clientes. Mantém, no entanto, a liderança deste mercado.

A Altice refere ainda que o negócio empresarial contraiu 8,1%, o que se explica com a “política agressiva de preços de um concorrente no segmento das pequenas e médias empresas” e a com as “perdas de clientes do sector financeiro”, refere a Altice, numa alusão à saída da Caixa Geral de Depósitos do portefólio de clientes da PT no ano passado.

Segundo a empresa, as receitas do negócio móvel empresarial caíram para 52,3 milhões de euros, enquanto as receitas do fixo empresarial recuaram para 115,8 milhões. O free cash flow operacional da empresa recuou, com um corte de 24%, para 124 milhões.

 

 

 

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