Reacção da Vodafone ao Meo e à NOS “foi excelente”, diz Anacom

Presidente da Anacom diz que agressividade de preços da Vodafone beneficiou os consumidores e evitou o duopólio NOS/PT.

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Presidente da Anacom diz que acordo de partilha de rede entre PT e Vodafone tem suscitado interesse internacional Público

Se as concorrentes questionam com frequência a racionalidade das ofertas da Vodafone Portugal, a presidente da Anacom - Autoridade Nacional de Comunicações, Fátima Barros, não tem dúvidas que a reacção da empresa liderada por Mário Vaz às ofertas convergentes da NOS (Zon/Optimus) e do Meo (PT) “foi excelente” e benéfica para os consumidores, porque evitou um duopólio.

"A reacção da Vodafone foi excelente porque criou uma pressão sobre os preços, que começaram imediatamente a baixar. A Vodafone começou a exercer pressão concorrencial sobre os outros dois", afirmou Fátima Barros, citada pela Reuters.

A concorrência acesa entre a Vodafone, o Meo e a NOS tem feito com que as empresas ofereçam pacotes de serviços de televisão, telefone e Internet (as chamadas ofertas convergentes), a preços cada vez mais reduzidos. A presidente da Anacom, que falava à margem da conferência anual da entidade reguladora, frisou que foi a agressividade da Vodafone que permitiu baixar os preços do mercado, com benefício para os consumidores.

E o facto de a operadora ter investido e aumentado a sua rede fixa permitiu ultrapassar “o problema que teria sido se eles não tivessem feito nada, que era de termos ficado numa situação de duopólio”, acrescentou a responsável, citada pela Lusa.

À margem da conferência da 7ª conferência da Anacom (com o tema “Consolidação no sector das telecomunicações – Tendências e novos desafios”), Fátima Barros explicou ainda que o acordo entre a PT e a Vodafone para a partilha de fibra óptica obrigou a entidade reguladora a introduzir novos dados na análise que tem estado a fazer a este mercado.

O ponto-chave é saber em que medida as empresas com redes de nova geração serão, ou não, obrigadas a garantir acesso a estas infra-estruturas aos seus concorrentes (através de uma oferta grossista), para que estes possam desenvolver as suas ofertas comerciais.

Classificando o acordo entre a Vodafone e a PT como “muito importante”, Fátima Barros disse que a Anacom está à espera que os operadores entreguem “a lista de freguesias” abrangidas pelo acordo para poder concluir a sua análise sobre os chamados mercados 4 e 5 (mercados grossistas de acesso à infra-estrutura de rede num local fixo e de acesso em banda larga).

Em Julho, quando foi anunciado o acordo que prevê a partilha de uma rede de fibra abrangendo 900 mil casas (em que cada empresa partilhará com a outra aproximadamente 450 mil casas), fonte oficial do regulador disse ao PÚBLICO que o acordo “era muito interessante” e “susceptível de melhorar as condições de investimento e de concorrência em várias zonas do país”.

A expectativa da Anacom é que, com a possibilidade de as empresas repartirem os custos de levar a fibra a zonas menos povoadas (e por isso menos atractivas para as empresas porque são menos rentáveis), essas regiões também passem a ter três empresas em competição, beneficiando de uma maior pressão concorrencial sobre os preços.

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