Quadros do Estado pedem intervenção do Provedor de Justiça nos cortes salariais

Sindicato lembra que Tribunal Constitucional considera que os cortes nos salários já não fazem sentido em 2016. Estruturas sindicais vão reunir-se com secretária de Estado Carolina Ferra.

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O sindicato explica que a lei que mantém os cortes salariais "deve ser sujeita à fiscalização sucessiva" Sara Matos

O Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE) pediu esta semana ao Provedor de Justiça para analisar a possibilidade de solicitar ao Tribunal Constitucional a verificação da constitucionalidade da continuação dos cortes salariais na Administração Pública.

Em comunicado enviado na sexta-feira à Lusa, o sindicato explica que a lei que mantém os cortes salariais "deve ser sujeita à fiscalização sucessiva".

O STE argumenta que os cortes remuneratórios não são a "única opção com efeitos certos, seguros e imediatos para a redução do défice".

"O país já saiu do Programa de Assistência Financeira e no último acórdão sobre esta matéria, o Tribunal Constitucional considerou que, se em 2015 a manutenção dos cortes poderia ainda justificar-se por se manter um quadro excepcionalmente exigente (...) o mesmo já não podia aceitar-se para 2016", sublinha o sindicato.

"Há muito está ultrapassado o limite de sacrifício que a um grupo específico de cidadãos tem sido imposto", sustenta o sindicato, recordando que durante a campanha para as legislativas alguns partidos políticos defenderam a reposição imediata dos salários a partir de Janeiro de 2016.

As estruturas sindicais da administração pública reúnem-se no dia 14 pela primeira vez com a secretária de Estado que tutela o sector, Carolina Ferra, a quem vão apresentar as suas reivindicações para 2016.

A Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública, a Federação Sindical da Administração Pública (FESAP) e a Frente Sindical liderada pelo Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE) foram convocadas para uma reunião no Ministério das Finanças para iniciar a negociação anual.

A Frente Comum, a FESAP e o STE tencionam defender junto da tutela as propostas reivindicativas que já enviaram ao Governo e que são unânimes quanto à reposição imediata dos salários e pensões.

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