A Portugal Telecom tinha no final do ano passado 750 milhões em títulos de dívida da Espírito Santo International (ESI), que foram reembolsados, com juros, no início deste ano.

Numa informação complementar ao relatório e contas de 2013, publicada nesta segunda-feira à noite no site da CMVM, a PT esclarece que empresas do grupo subscreveram dívida de curto prazo da ESI em três momentos no final do ano passado. 

A Portugal Telecom comprou 200 milhões de dívida da ESI a 29 de Outubro. Pouco depois, a 8 de Novembro, a PT Finance subscreveu 500 milhões de dívida, a que se somaram mais 50 milhões no dia 20 daquele mês. Os empréstimos foram pagos entre Janeiro e Fevereiro deste ano.

A ESI é a sociedade dona da Rioforte (que por sua vez detém os negócios não financeiros do grupo) e de 49% da Espírito Santo Financial Group.

Já em 2012, a PT tinha investido 510 milhões de euros em dívida da ESI, que foram também reembolsados, contrariamente ao que aconteceu com o empréstimo de 897 milhões de euros à Rioforte. Esta empresa, que está falida, acabou por não pagar, num caso que abalou a operadora portuguesa, levando à demissão do presidente executivo, Henrique Granadeiro, e a um reequilibrar de forças no processo de fusão com a Oi.

No documento entregue à CMVM, a PT refere ainda que os empréstimos à ESI representavam, no final do ano passado, 82% dos investimentos de curto prazo do grupo e 40% do capital próprio. O montante era quase o dobro do resultado líquido desse ano, que foi de 388 milhões de euros.

O grupo reconhece ter havido uma concentração dos investimentos de curto prazo. “No que concerne ao critério de investimento em instituições financeiras diversificadas e com reputação no mercado, cumpre mencionar que, atenta a concentração em depósitos e aplicações de tesouraria no BES/GES, em 31 de Dezembro de 2013, a sociedade não estaria a observar uma efectiva diversificação”, lê-se no documento.

No final do ano passado, a PT tinha cerca de 1400 milhões de euros depositados em instituições do Grupo Espírito Santo.

O documento corrige ainda uma referência ao BES como um dos principais accionistas da PT, explicando que deveria ter sido referido todo o Grupo Espírito Santo.