PT e abrandamento da economia alemã atiram bolsa para uma queda semanal de 6%

O principal índice da praça portuguesa, o PSI 20, acumula uma perda anual de 20%.

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Semana negra para as acções da PT Hugo Correia/Reuters

A bolsa de Lisboa perdeu 6% na última semana, uma derrocada que agrava a desvalorização anual para 20,39%, sem paralelo nas restantes praças europeias, onde ainda há vários índices em terreno positivo.

Depois da implosão do Grupo Espírito Santo (GES), de que a bolsa estava longe de recuperar, os desenvolvimentos negativos na PT e as perspectivas muito sombrias para a economia europeia vieram agravar as perdas da bolsa nacional.

Ainda no rescaldo da crise GES, mas também por opções estratégicas erradas, que conduziram a operadora portuguesa a uma fusão com a brasileira Oi em condições de grande fragilidade, as acções da PT testaram esta semana o valor mais baixo da sua história, a 1,23 euros. A saída de Zeinal Bava da presidência executiva da operadora brasileira ajudou a perceber a frágil situação da PT, ou seja, a de um activo descartável, que os brasileiros querem alienar para resolver problemas de tesouraria.

No acumulado da semana, a PT terminou a perder 10,35%, para 1,40 euros, ligeiramente acima do mínimo. No final de 2013, as acções da PT valiam 3,16 euros, um valor que já reflectia a forte desvalorização da empresa nos últimos anos.

A crise GES/PT e a perspectiva assustadora de recessão na Alemanha, considerada “o motor” da Europa, arrastou todas as empresas do PSI 20 para terreno negativo, uma situação que acontece poucas vezes. Assim, os destaques da semana terão de ser feitos estre os títulos que mais e menos caíram.

A liderar as quedas (14,98%) esteve a Mota-Engil, a empresa que aguardava uma melhoria dos mercados para retomar o projecto de cotar a Mota-Engil África em Londres, vê aumentar o pessimismo dos investidores com as perspectivas sombrias para as economias da zona euro, que arrastaram as bolsas europeias para quedas expressivas.

Sete empresas do PSI 20 perderam mais de 10% e a que perdeu menos, a EDP, deslizou uns expressivos 2,5%.

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