PT fecha em queda a valer 1,39 euros

Saída de Zeinal Bava da Oi e incerteza quanto à venda da PT Portugal penalizam acções.

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Incertezas sobre a venda da PT Portugal pressionam acções Enric Vives Rubio

A PT continua imparável na Bolsa de Lisboa, mas em sentido descendente. Depois de na quinta-feira ter registado a maior desvalorização de sempre, de quase 13%, os títulos continuaram a perder valor ao longo da sessão de sexta-feira e bateram no nível mais baixo em que alguma vez estiveram: 1,23 euros (menos 13,14%). Ao início da tarde as acções da PT mantinham-se a cair cerca de 6,92%, para 1,31 euros, mas acabaram por recuperar algum terreno no fecho da sessão e encerrar nos 1,39 euros (ligeiramente acima dos 1,361 de 22 de Agosto, no meio da crise BES/Rioforte), em queda de 1,48%.

Eduardo Silva, gestor da XTB, acredita que a acção “ainda pode cair muito mais antes de encontrar algum suporte” nos próximos dias. “Não seria estranho ver a cotação chegar a 1 euro”, disse ao PÚBLICO. A saída de Zeinal Bava “gerou incerteza administrativa” na Oi, quando a empresa dá sinais de querer participar na consolidação no mercado brasileiro. “Estão sempre a trocar de estratégia e isso causa nervosismo aos investidores”, acrescenta.

Neste momento, a PT tem como único activo (além da dívida da Rioforte) a participação de 25% na Oi, que poderá eventualmente subir até 37%, caso haja recuperação dos créditos vencidos à holding não financeira do Grupo Espírito Santo.

A contribuir para a derrapagem do título está ainda a venda da PT Portugal. “Quanto mais tempo demorar a tomar uma decisão, pior será”, diz Eduardo Silva. O facto de os accionistas da PT terem percebido que o encaixe da venda do negócio português será canalizado para amortizar dívida e financiar aquisições no Brasil também torna o título “menos atractivo no curto prazo em termos de custo/oportunidade”, porque os accionistas ficam “pendurados num título” de que eventualmente só recolherão benefícios no médio, longo prazo.


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