PSD diz há tendência de crescimento, CDS culpa “instabilidade política”

Partidos do anterior governo refutam interpretação de PS, PCP e BE, que referem que os números do INE contradizem a narrativa de retoma.

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Enric Vives-Rubio

O PSD acusou esta segunda-feira os "partidos das esquerdas" de fazer uma "tentativa não séria de reescrever a história" relativamente aos dados divulgados, assegurando que a tendência da economia de 2015 é de crescimento, havendo apenas variações entre os trimestres.

A taxa de variação nula do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre face ao trimestre anterior e um aumento de 1,4% em termos homólogos, levaram PS, PCP e BE, em declarações separadas, a acusar o anterior Governo de ter dado uma imagem errada e fictícia da economia portuguesa.

"Nós ouvimos já hoje vários partidos das esquerdas a pronunciarem-se e acho que é evidente para todos, perante estes números, que temos aqui uma tentativa não séria de reescrever a história ao dizer que não estamos a crescer. A economia portuguesa face a 2014 está a crescer. A tendência do ano 2015 é uma tendência de crescimento", disse à agência Lusa o vice-presidente da bancada parlamentar do PSD António Leitão Amaro.

Segundo o deputado social-democrata, "é verdade que há variações entre os trimestres", mas esta era uma realidade à qual já se assistiu o ano passado, quando "a economia portuguesa cresceu, teve o ano a crescer e houve uns trimestres com um crescimento mais forte do que noutros".

"A trajectória não se inverteu, o país não está a decrescer, o país estava a crescer no final do terceiro trimestre de 2015", sublinhou, considerando que este é um "crescimento assinalável" para o passado recente de Portugal.

Segundo Leitão Amaro, "quando se faz a avaliação do estado de uma economia tem que se olhar para a trajectória e para a tendência".

"Temos a economia a crescer 1,4% face a 2014, temos o desemprego que continua a cair, temos a produção industrial que teve mais um bom momento, as exportações que continuam a subir e também o investimento, sendo que dentro de um ano há trimestres que são mais fortes do que outros", resumiu.

Já a vice-presidente da bancada do CDS-PP Cecília Meireles responsabilizou a "instabilidade política" gerada pela "actuação do PS" pela retracção dos agentes económicos, nomeadamente no investimento, que revela o Instituto Nacional de Estatística (INE).

“Os agentes económicos retraíram-se no investimento"

"O CDS alertou várias vezes para aquilo que infelizmente está agora a acontecer. A situação de instabilidade política que se gerou e que se gerou sobretudo pela actuação do PS tem consequências", afirmou à Lusa Cecília Meireles.

"Estes dados, a par com os dados da semana passada da confiança das empresas e das famílias, são a confirmação disso mesmo. Quando se gera uma situação de bloqueio, de incerteza quanto ao futuro, de instabilidade, de querer voltar para trás naquilo que foram muitas das medidas dos últimos anos, os agentes económicos retraem-se, começam a desconfiar", argumentou a vice da bancada centrista.

Questionada sobre os dados que lhe permitem fazer tal afirmação, Cecília Meireles respondeu: "O dado que mais se retrai é o investimento, que é precisamente o dado económico que mais tem a ver com as expectativas do futuro. À medida que as pessoas se foram apercebendo que o futuro era incerto, que podíamos ter uma viragem face aquilo que estava a ser feito em Portugal, os agentes económicos retraíram-se no investimento".

"Os dados mostram isso mesmo, perante o que estava a ser dito e a ser dito na campanha eleitoral, reagiram e reagiram retraindo-se", acrescentou.

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