PS questiona Governo sobre situação no Montepio

Socialistas querem saber porque é que a institiução ainda não está a ser devidamente fiscalizada.

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Tomás Correia tem liderado a associação mutualista e o banco enric vives-rubio

O Partido Socialista enviou uma carta à ministra das Finanças a questionar as razões que impedem o Governo de responder aos alertas do Conselho Nacional de Supervisão Financeira (CNSF) sobre os problemas associados ao modelo de negócio da Caixa Económica Montepio Geral – Associação Mutualista, que não está a ser devidamente fiscalizado.

Em paralelo, o deputado socialista Pedro Nuno Santos requereu ao Banco de Portugal (BdP), à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários e à Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões que facultem o acesso à carta “remetida ao Governo no último trimestre de 2014”, e subscrita por Carlos Costa, Carlos Tavares e José Almaça.

Conforme noticiou o PÚBLICO a 7 de Maio, os três reguladores escreveram em Outubro uma carta conjunta à ministra das Finanças a manifestar preocupação pelo actual quadro de gestão e de governação em vigor no grupo Montepio Geral (banco e associação mutualista), que consideram não estar a ser devidamente fiscalizado e a pedir medidas legislativas urgentes para  garantir uma supervisão adequada.

Sete meses depois, o Governo continua sem actuar, o que está a suscitar apreensão sobre o futuro de um grupo com 175 anos, 650 mil associados e detentor de um banco com milhares de clientes.  

Esta terça-feira, a Caixa Económica Montepio Geral comunicou que teve um resultado líquido 9,8 milhões de euros no primeiro trimestre, uma queda de 72,5% face aos 35,5 milhões apurados em idêntico período do ano passado.

O PS solicitou ainda ao CNSF que envie cópia da acta da reunião que antecedeu a decisão de escrever ao Governo, e onde foi debatida de modo detalhado a situação do Montepio. Ao BdP, o deputado socialista pede ainda que lhe sejam remetidos os relatórios de auditoria realizados à Caixa Económica, em especial a auditoria forense encomendada à Deloitte e que “avaliou as grandes operações de crédito e de renovação de financiamentos, bem como auditorias específicas ao modelo de governação do Montepio Geral”.

Esta terça-feira, o presidente do Montepio Tomás Correia classificou as recentes notícias sobre os problemas no grupo de "uma campanha de intoxicação" e garantiu  que a auditoria solicitada pelo BdP detectou deficiências que remontam a 2012, e mais de 90% já foram resolvidas.  

“Em Agosto de 2014 foi veiculado por órgãos de comunicação social uma notícia, de acordo com a qual, o Montepio Geral - Associação Mutualista (holding do Montepio Geral) iria passar a ser supervisionado pela Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASSFP), enquanto o banco Caixa Económica Montepio Geral, pertencente ao mesmo grupo, continuaria sob supervisão do Banco de Portugal”, refere o PS na carta a Maria Luis Albuquerque.

Os socialistas lembram à ministra que os três reguladores já lhe “solicitaram a adopção de medidas urgentes para assegurar um controlo e uma supervisão adequadas” ao grupo liderado por Tomás Correia, e que nada foi feito.  
 

   





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