Provedor das agências de viagem prevê aumento de queixas devido aos atrasos nos voos da TAP

Falta de frota da companhia aérea obrigou ao cancelamento de dezenas de voos. Vera Jardim ainda não recebeu reclamações mas antevê mais queixas nos próximos meses.

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Falta de frota levou a TAP a cancelar 14 voos Raquel Esperança/Arquivo

Os atrasos e cancelamentos de voos da TAP vão fazer aumentar as queixas de clientes ao Provedor do Cliente das Agências de Viagens, entidade criada pela associação do sector.

Vera Jardim ainda não recebeu reclamações porque este “é um processo relativamente recente”, mas teme que a lista de queixas engrosse. Se os atrasos e cancelamentos continuarem “ao nível do que tem sido divulgado, vamos ter muito mais queixas”, disse, numa conferência de imprensa, em Lisboa.

A falta de frota e de tripulação levou a TAP a cancelar 14 voos entre terça e esta quarta-feira. A empresa, que já garantiu que os passageiros terão direito a outros voos para o mesmo destino, aguarda a entrega de quatro aviões, que deveriam ter chegado antes de Julho.

Os atrasos nos voos são a terceira reclamação mais frequente, a chegar às mãos do provedor. Entre Janeiro e Junho, foram recebidas 17 queixas a atrasos de ligações aéreas, sem que haja informação prévia ao cliente. Contudo, o que mais queixas despoletou (43 no primeiro semestre) foi a alteração do programa da viagem escolhida pelo cliente. Aqui incluem-se a alteração aos horários dos voos, itinerários, excursões não realizadas ou mudanças de hotel que não estavam previstas.

Na lista, a segunda reclamação mais frequente incide sobre as más condições de alojamento (higiene e conforto ou serviços de restauração deficientes).

No total, entre Janeiro e Junho, o Provedor do Cliente das Agências de Viagens recebeu 309, sensivelmente o mesmo número que no mesmo período de 2013, indicou Vera Jardim, que foi fundador da Deco e ministro da Justiça no governo de António Guterres. Deste valor global, 252 são reclamações (os restantes, pedidos de informação) e uma das tendências que se tem vindo a verificar é o aumento das queixas que não podem ser analisadas pelo provedor, já que não são associadas da Associação Portuguesa das Agências de Viagens (APAVT).

“Há cada vez mais viagens a serem comercializadas através da Internet”, disse Vera Jardim, alertando que não se devem confiar em sites não identificados, sem informação sobre a localização da empresa ou entidade. O acesso ao Fundo de Garantia de viagens e turismo fica vedado quando em causa estão queixas contra empresas que não são membros da APATV.

“Apelo aos clientes: procurem informar-se sobre as condições da viagem, ler os documentos com atenção. E se houver um problema contactem de imediato a agência”, disse.

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