Propostas do FMI para cortar despesa do Estado ainda são superficiais, diz Teodora Cardoso

Para a presidente do Conselho de Finanças Públicas, não é necessariamente imperativo que se reduza o peso do Estado na economia, desde que o nível de impostos financie esse esforço.

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Teodora Cardoso diz que o fundamento de algumas medidas do relatório do FMI é superficial Rui Gaudêncio

A reforma do Estado não deve estar limitada a Fevereiro, quando o Governo entrega propostas para cortar 4.000 milhões de euros na despesa, considerou hoje Teodora Cardoso, adiantando que as propostas do FMI neste aspecto ainda são superficiais.

“Para este efeito não podemos estar limitados a Fevereiro”, afirmou a presidente do Conselho de Finanças Públicas, à margem da conferência para uma Reforma Abrangente da Organização e Gestão do Sector Público, que decorre em Lisboa.

Questionada pelos jornalistas se considerava cegos os cortes sugeridos pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) na análise feita a pedido do Governo sobre a reforma do Estado, Teodora Cardoso diz que muitas das reformas sugeridas no passado foram de facto cegas e que “algumas das medidas neste estudo tem um pouco mais de fundamento, mas ainda muito superficial”.

Teodora Cardoso considera que não é necessariamente imperativo que se reduza o peso do Estado na economia, desde que se adeqúe o nível de impostos para que consigam financiar este esforço.

A ex-administradora do Banco de Portugal afirma ainda que os políticos têm de mudar a forma como funcionam para evitar colocar em causa a sustentabilidade das finanças públicas do país.

“Os políticos têm de fazer um esforço para no fundo funcionarem de outro modo, não é apenas o ciclo político e o ciclo eleitoral que está em causa”, afirmou.

Teodora Cardos considera ainda que apesar da Constituição da República definir um conjunto de direitos, esta “tem também de proporcionar os meios” para que se possam proporcionar estes direitos.
 
 

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