Projecto da linha de bitola europeia será “muito menor” do que o TGV, garante Santos Pereira

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Santos Pereira diz que "a posição de Portugal e Espanha é consentânea com a posição europeia" Foto: Daniel Rocha

O custo do projecto de instalação de uma linha ferroviária em bitola europeia até à fronteira espanhola deverá ser conhecido “muito em breve”, afirmou hoje o Ministro da Economia, prometendo que o projecto será “muito menor e com poupanças muito significativas” face ao projecto do TGV.

Álvaro Santos Pereira fez hoje uma curta visita de algumas horas a Madrid, onde se encontrou com o ministro espanhol da Indústria, Energia e Turismo, José Manuel Soria, para analisar o dossier da energia.

Questionado no final do encontro sobre o projecto ferroviário, escusou-se a avançar detalhes sobre o custo do projecto, insistindo, porém, na “poupança” que ele representará face ao projecto inicial do TGV, entretanto suspenso pelo Governo.

“Num momento de crise como o que temos, cada euro é muito importante. É importante libertar estes tipos de poupanças para investimento produtivo e reforço da competitividade da economia portuguesa”, afirmou.

O ministro afirmou ainda que na área dos transportes, como no sector energético, é essencial garantir que a Península Ibérica “não é uma ilha” dentro da Europa, pelo que é vital apostar nessa ligação europeia.

“A posição de Portugal e Espanha é consentânea com a posição europeia: linhas transeuropeias de transporte que permitam o transporte de mercadorias de forma rápida, célere e económica para aumentar a competitividade das exportações dos vários países”, disse.

“Portugal e Espanha têm uma bitola diferente do resto da Europa e um sector ferroviário que poderia estar melhor aproveitado e de forma mais eficiente”, afirmou.

O Governo português quer integrar a rede ferroviária portuguesa na da Europa além-Pirenéus, onde os comboios circulam sobre linhas com bitola de 1,435 metros (23 centímetros mais curta do que a bitola ibérica). No entanto, como o PÚBLICO já noticiou, no investimento não está assegurado que a linha tenha continuidade nos mais de 1000 quilómetros que separam Badajoz da fronteira francesa.

Coordenação no sector energético

Quanto à reunião com José Manuel Soria, Santos Pereira adiantou que Portugal e Espanha estão a estudar estratégias para garantir maior coordenação e eventuais sinergias no sector energético, tanto eléctrico como de gás.

Referindo-se ao “défice tarifário bastante considerável” de Portugal e Espanha, afirmou que os dois países estão empenhados em “diminuir” as ajudas ao sector energético.

Especificamente sobre as renováveis, recordou que esta é uma das áreas com maior desenvolvimento tanto em Portugal como em Espanha nos últimos anos, mas que “é preciso garantir que a competitividade dessas empresas não onera tanto as empresas como as famílias”.

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