Produção mundial de vinho é uma das mais baixas dos últimos 16 anos

Itália confirma o lugar como primeiro produtor mundial. Portugal é o 11º maior do mundo e a produção recuou para níveis de 2011.

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Produção em Portugal deverá cair 20% este ano Daniel Rocha

A produção mundial de vinho deverá cair 5% este ano e atingir um dos resultados mais fracos dos últimos 16 anos. De acordo com os dados divulgados nesta quinta-feira pela Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), a produção atingirá os 259,5 milhões de hectolitros, valor “que está entre os três mais fracos desde 2000”.

Jean Marie Aurand, director-geral da OIV, atribui a queda ao “fenómeno climatérico do El Niño, no caso da América Latina, onde a produção foi afectada por condições climáticas excepcionais, com muito mais chuva”.

Itália manteve-se como o maior produtor mundial, com 48,8 milhões de hectolitros (-2% face a 2015). Segue-se França, com 41,9 milhões de hectolitros (-12%) e Espanha (37,7 milhões de hectolitros). “Nos três principais países produtores europeus registam-se produções ligeiramente superiores à média dos cinco anos anteriores no caso de Espanha e Itália. Em França, a produção de 2016 é sensivelmente menor face à média”, lê-se num comunicado da OIV.

Portugal, o 11º maior produtor mundial de vinho (logo atrás da Alemanha), também acompanha a tendência global. As previsões da OIV apontam para uma queda expressiva de 20% da produção em comparação com 2015, para 5,6 milhões de hectolitros. Trata-se do menor volume desde 2011. O Instituto da Vinha e do Vinho já tinha avançado com as mesmas estimativas no início de Agosto, apontando para quebras em quase todas as regiões do país, excepto no Algarve, que deverá conseguir manter os mesmos volumes. O instituto prevê que Lisboa, Trás-os-Montes, Douro e Açores terão descidas superiores a 25%.

Na Europa, a Roménia e a Grécia registaram aumentos de produção. No caso da Roménia a subida foi de 37% (para 4,8 milhões de hectolitros). Os Estados Unidos também conseguiram uma recuperação na ordem dos 2%.

Mais afectada pelo clima, a região da América do Sul teve quebras expressivas na Argentina (-35%), Chile (-21%) e Brasil (-50%). Já a Austrália conseguiu um aumento ligeiro de 5% e a Nova Zelândia uma produção de 3,1 milhões de hectolitros, mais 34% em comparação com 2015.

Em relação ao consumo, a OIV ressalva que ainda não tem dados definitivos mas prevê um aumento de 3%.

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