Novos donos da Carris e do Metro de Lisboa assinam contrato dia 23

Na recta final antes das eleições, Governo concretiza também a privatização da CP-Carga.

A privatização da CP-Carga, empresa até agora detida a 100% pela CP, vai ser assinada com os representantes do grupo MSC na próxima segunda feira, 21 de Setembro. E dois dias depois será formalizada a subconcessão dos Transportes de Lisboa - Carris e Metro de Lisboa ao grupo mexicano Avanza (via Espanha), disse ao PÚBLICO fonte do Ministério da Economia.

O programa de privatizações dos transportes a que se comprometeu (com a EMEF a ficar pelo caminho) o Governo acelera assim na fase final da legislatura, não querendo o actual executivo deixar estes dossiers para depois das eleições. A assinatura dos contratos não os torna propriamente irreversíveis - até porque ainda terão de ser viabilizados pelo Tribunal de Contas - mas torna-os, cada vez mais, um facto consumado.

A CP Carga, sob a qual chegou a pairar a ameaça de encerramento caso a privatização falhasse, tem como principal activo a sua carteira de clientes. A venda de 100% do capital da empresa ao grupo MSC vai permitir um encaixe de dois milhões de euros para o Estado. A este valor somam-se outros 51 milhões de euros que servirão para assumir as dívidas da empresa de transporte de mercadorias à sua “casa mãe”, a CP, e à IP – Infra-estruturas de Portugal.

A MSC, grupo muito conhecido pelos cruzeiros, mas também pela relevância que tem no sector da carga contentorizada transportada por via marítima (e que é, também, um dos principais clientes da CP-Carga), acabou por ser aquela que apresentou a melhor proposta. Isto após uma fase de negociações onde também estiveram propostas da  Cofihold ( que pertence ao grupo que controla a Cofina) e dos dois fundos de investimento internacionais, Springwater e Athena .

Depois de ter recebido o parecer favorável da Autoridade da Concorrência, também a entrega da operação dos transportes urbanos de Lisboa ao grupo Avanza, de capital mexicano e que já opera em Espanha e Portugal, tem assinatura marcada para a próxima semana, na quarta-feira, 21 de Setembro.

A subconcessão do metropolitano de Lisboa é válida por oito anos e meio. Já a exploração das linhas da Carris será válida por oito anos. Findo o prazo, caberá ao executivo decidir se lança um novo concurso para manter a subconcessão dos serviços.  

Segundo as contas apresentadas pelo secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, na altura em que anunciou a Avanza como a detentora da melhor proposta financeira, o valor que foi apresentado representa uma poupança para as empresas de 215 milhões de euros durante os oito anos de duração do contrato. Ou seja mais de 25 milhões de euros por ano.
 

Em Portugal desde 2009, a Avanza opera a gestão dos transportes urbanos da Covilhã e Vila Real. É líder no transporte público urbano rodoviário, serviço de transportes públicos interurbanos da área metropolitana de Madrid e em estações de autocarros. É o segundo grupo privado espanholdo sector público de transporte de passageiros por estrada. O volume de negócios anual do grupo ascende a 436 milhões de euros.

 

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