Prestação da casa vai diminuir em todos os contratos a rever em Agosto

Taxas Euribor voltaram a descer em Julho, pelo segundo mês consecutivo.

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Queda da Euribor reduz encargos da prestação da casa. Nélson Garrido

As taxas Euribor, a que estão associados os empréstimos à habitação e às empresas, desceram de forma significativa em Julho, pelo segundo mês consecutivo, e os contratos a rever em Agosto vão sentir uma redução nas prestações de vários euros.

A média mensal da Euribor a três meses, o prazo mais utilizado nos contratos de crédito à habitação mais recentes, recuou 0,044 pontos percentuais em Julho, para 0,197%. Um empréstimo de 150 mil euros, a 30 anos, com um spread (margem comercial do banco) de 0,7%, e tendo por base o prazo a três meses, a rever em Agosto, vai passar a pagar 475,40 euros, menos nove euros face ao valor que pagava desde a última revisão, realizada há três meses.

A Euribor a seis meses, o prazo mais utilizado no conjunto dos empréstimos à habitação, fixou-se em Julho em 0,305%, uma redução de 0,028 pontos percentuais face ao mês anterior.

Tal como no prazo a três meses, a Euribor a seis meses recuou para valores de há um ano atrás. A simulação do mesmo empréstimo associado à Euribor a seis meses, a rever em Agosto, vai corresponder a uma prestação de 482,80 euros, o que representa uma redução de 6,30 euros face ao valor que resultou da última revisão, realizada em Fevereiro.

A queda das taxas é explicada pelo último corte da taxa de referência do Banco Central Europeu (BCE), de 0,25% para 0,15%, um novo mínimo histórico, e da taxa negativa para os depósitos, que juntamente com outras medidas visam aumentar a concessão de crédito à economia e travar a queda da inflação.

A correcção gerada pelo pacote de medidas aprovadas no início do mês de Junho pelo BCE já foi significativa, mas ainda assim poderá verificar-se alguma redução nos próximos meses, até porque algumas medidas anunciadas pelo BCE ainda não chegaram ao terreno, como as operações de financiamento de longo prazo aos bancos, que se iniciarão em Setembro. A par da redução da prestação, na sequência da queda das taxas, a boa notícia para as famílias decorre da manutenção das taxas nos actuais níveis baixos por algum tempo. O BPI estima que a Euribor a três meses se situe, em Dezembro, em 0,22%, próximo do mínimo histórico.

O presidente do BCE também tem manifestado disponibilidade para manter a actual política monetária por um longo período de tempo. A inflação na zona euro também continua a não dar tréguas, mantendo-se em 0,5% em Junho, o que gera receios de deflação na zona euro.

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