Presidente da Tesco demite-se após sobreavaliação dos lucros

Resultados estavam sobreavaliados em 333,4 milhões de euros.

Foto
Richard Broadbent não adiantou o dia da sua saída da Tesco Andrew Cowie/AFP

O presidente do conselho de administração da Tesco, a maior cadeia de retalho britânica e uma das maiores do mundo, anunciou esta quinta-feira a sua demissão, na sequência do escândalo em torno dos lucros da empresa que foram sobreavaliados. Richard Broadbent, que ocupava o cargo desde 2011, anunciou a sua demissão, mas não fixou uma data para a sua saída.

Nesta quinta-feira, a cadeia de supermercados confirmou que os lucros foram sobreavaliados em 263 milhões de libras (333,4 milhões de euros, ao câmbio actual), em vez de 250 milhões inicialmente estimados, e revelou que os lucros da primeira metade do ano caíram 92%.

Em declarações citadas pela imprensa britânica, Richard Broadbent, presidente não executivo, lamentou os problemas que vieram a público nas últimas semanas e garantiu que se actuou “de forma rápida para clarificar o desempenho financeiro da empresa”.

Depois de, no mês passado, ser ter descoberto que as estimativas de lucros estavam inflacionadas, a empresa pediu uma investigação à consultora Deloitte, que descobriu que os lucros estavam sobreestimados em 118 milhões de libras na primeira metade do ano, em 70 milhões no ano fiscal de 2013/2014 e em 75 milhões no período anterior.

A questão em cima da mesa, lembra o jornal The Independent, é saber se isso se deveu a um erro ou se a apresentação de resultados mais positivos foi deliberadamente manipulada, numa altura em que a Tesco enfrenta uma redução das vendas no Reino Unido e no estrangeiro. Oito executivos foram suspensos, mas a cadeia de retalho tem insistido que não há evidências de fraude. O presidente executivo, Dave Lewis, mantém-se no cargo. 

Sugerir correcção
Ler 1 comentários