Presidente da AICEP procura investidores em Xangai e Shenzen

Depois da China, a próxima visita de captação de investimento será aos Estados Unidos, em Setembro.

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Miguel Frasquilho iniciou esta terça-feira uma visita à China Miguel Manso

É mais uma maratona de contactos com potenciais investidores. O presidente da AICEP, Miguel Frasquilho iniciou esta terça-feira, em Xangai, uma acção de captação de investimento que se prolongará durante a semana e que também inclui a cidade de Shenzen. “Queremos alavancar a presença em Portugal de uma economia que, apesar de estar a perder gás, continua a ser muito dinâmica”, disse Miguel Frasquilho ao PÚBLICO.

Na calha estão apresentações a empresas e escritórios de investidores e advogados, explicou o presidente da AICEP, que poucas horas depois de ter aterrado em Xangai já tinha tido a sua primeira reunião. Frasquilho não quis especificar os sectores de actividade das empresas e investidores com os quais irá reunir-se ao longo da semana, mas adiantou que o foco é “procurar investidores que não estejam ainda em Portugal”.

Há empresas do ramo do “retalho, do sector segurador, da indústria transformadora e dos serviços”, adiantou Miguel Frasquilho, reconhecendo que a sua missão passa também por fazer a ponte para parcerias entre empresas portuguesas e chinesas, mesmo que em investimentos de média dimensão. “É bem sabido que as empresas portuguesas têm falta de capital, pelo que qualquer entrada de capitais na economia é bem-vinda”, disse o responsável da agência para a promoção do comércio e investimento.

Ao longo das apresentações, o presidente da AICEP procura convencer os potenciais investidores do potencial de investimento da economia portuguesa. O Portugal 2020 (novo pacote de fundos comunitários), a reforma do IRC ou o novo código fiscal do investimento serão alguns dos temas na agenda, precisou. “Não é o nosso fito principal, mas é natural que o tema surja”, disse Miguel Frasquilho a propósito dos vistos gold (as autorizações de residência para actividade de investimento), cuja emissão foi retomada pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

Na sexta-feira, Miguel Frasquilho visitará também, em Shenzen, as instalações da Huawei e encerrará o programa de estágios para estudantes universitários de engenharia electrotécnica e comunicações que foi formalizado entre a AICEP e esta fabricante tecnológica no decurso da visita de Cavaco Silva à China, em Maio do ano passado.

O presidente da AICEP desvalorizou a crise bolsista chinesa, notando que “os investimentos em bolsa são feitos por uma pequena fatia da população”, pelo que a queda do mercado “não atingirá com grande força a economia chinesa”. Além disso, considerou natural uma correcção de 30%, num mercado que valorizou 100% num ano.

Esta visita de Miguel Frasquilho à China insere-se num plano estratégico que o presidente da AICEP apresentou no final do ano passado para visitas a “23 geografias seleccionadas”. Depois de já ter passado pelo Brasil, Japão, Inglaterra e Médio Oriente, entre outros destinos, o presidente da AICEP já tem em carteira uma visita aos Estados Unidos, em Setembro. “Certamente, regressarei ainda a outras capitais europeias e asiáticas”, disse Frasquilho.

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