Preço dos alimentos atingiu valor mais baixo desde Junho

Queda do índice elaborado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura afasta receios de uma crise alimentar como a que sucedeu em 2007 e 2008.

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Os preços dos cereais estão 12 por cento mais altos em relação a Novembro de 2011 Foto: Pedro Cunha

O Índice de Preços dos Alimentos da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) atingiu, em Novembro, o valor mais baixo desde Junho. Os cálculos da FAO apontam para uma média de 211 pontos em Novembro, que compara com os 200,4 alcançados em Junho. A partir de Setembro, a tendência do índice foi para cair, chegando, em Novembro, ao valor mais reduzido e 1,5% abaixo de Outubro. Comparando com 2011, o índice de preços do mês em análise caiu 3%. Contudo, nos cereais os preços aumentaram 12% em Novembro comparando com o mesmo mês do ano passado.

Este indicador da FAO mede as alterações mensais nos preços internacionais de um conjunto de cinco bens alimentares. Da lista, apenas os lacticínios registaram uma subida face a Outubro (de 0,5%). “Os preços parecem estar a estabilizar”, refere a organização, que explica este comportamento com o facto de existir a quantidade adequada de produtos para a procura.

Nos cereais, o índice caiu quatro pontos face a Outubro, mas ainda está 27 pontos acima dos valores de Novembro de 2011. Os preços do arroz e do trigo têm vindo a descer. No caso do arroz, deve-se à elevada produção. Já no trigo, as quedas devem-se a aos receios de uma restrição das exportações na Ucrânia, que não se concretizou.

As descidas no preço dos alimentos afastam os receios de uma nova crise alimentar como a que sucedeu em 2007 e 2008. A seca que assolou os Estados Unidos – a pior dos últimos 56 anos – aliada à fraca produção na Rússia e na Ucrânia (o maior exportador do mundo de cevada) fizeram disparar os preços dos cereais entre Janeiro e Março, fazendo temer uma nova carência alimentar. A crise sentida há quatro anos levou para uma situação de fome mais 75 milhões de pessoas, diz a FAO.

 

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