Preço da habitação cresceu 4,3% no ano passado, depois de três anos de queda

Em 2014, foram transaccionados 84.215 alojamentos familiares, mais 5,6% do que no ano anterior.

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O efeito é sentido sobretudo no Algarve

O Índice de Preços da Habitação (IPHab) apresentou em 2014 uma taxa de variação média anual de 4,3%, interrompendo a série de três anos consecutivos de variações negativas nos preços dos alojamentos e atingindo o valor mais elevado da série, revelam dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgados esta quarta-feira.

A variação positiva nos preços da habitação acontece depois das quedas de 1,9%, em 2013, de 7,1% , em 2012, e de 4,9%, em 2011.

Apesar da evolução positiva pelo quinto trimestre consecutivo, o quarto trimestre revelou um aumento de 2,2% face ao mesmo trimestre de 2013, o que representa, pelo segundo trimestre consecutivo, uma desaceleração nos preços da habitação.

As variações homólogas dos dois primeiros trimestres foram de 5,9% e 4,9%, respectivamente.

Ao contrário do que aconteceu nos dois primeiros trimestres do ano, a taxa de variação homóloga dos alojamentos novos situou-se em 1,2%, valor inferior ao observado nos alojamentos existentes (2,8%).

Em relação ao terceiro trimestre, o IPHab apresentou uma taxa de variação de negativa em 0,3% (-0,4% no terceiro trimestre de 2014). Por categoria de alojamento observaram-se comportamentos opostos, com os alojamentos novos a apresentarem uma redução de preços (-2,9%) face ao trimestre anterior, enquanto os alojamentos existentes retomaram o aumento de preços (1,3%) iniciado no segundo trimestre de 2013 e apenas interrompido no trimestre anterior (-0,7%).

Assinala-se ainda a redução significativa do contributo dos alojamentos novos para a formação da taxa de variação homóloga do IPHab.  Assim, no último trimestre de 2014, o comportamento dos preços destes alojamentos contribuíram com cerca de 23% (0,5 pontos base) para a formação da taxa de variação homóloga do IPHab, sensivelmente metade do verificado nos dois trimestres anteriores (48,7% e 44,2%, para o terceiro e segundo trimestres, respectivamente).

A variação homóloga registada pelo IPHab no 4º trimestre de 2014 foi superior à verificada no Inquérito à Avaliação Bancária da Habitação (IABH). O INE salvaguarda que “os enfoques dos dois projectos estatísticos são diferentes”, adiantando que “enquanto o IPHab tem como objectivo medir a evolução dos preços de transacção, ajustada de efeitos de qualidade, de todos os alojamentos transaccionados, o índice de avaliação bancária traduz a variação na estimativa do valor por metro quadrado apenas dos alojamentos objecto de financiamento bancário”.

Os dados do INE também não coincidem com os do novo índice da Confidencial Imobiliário (Índice Ci), calculado a partir dos valores de venda efectivos dos imóveis, que aponta para um subidamédia dos preços das casas em 1,2%, no ano passado.

Vendas a crescer

No que se refere a vendas, a evolução também foi positiva. No total de 2014, transaccionaram-se 84.215 alojamentos familiares, ou seja, mais 4440 alojamentos ou 5,6% do que em 2013. Trata-se do segundo ano consecutivo a registar um acréscimo no número de transacções (4,4% em 2013) depois do valor mínimo (da série disponível) observado em 2012.

O incremento do número de transacções, em 2014, adveio sobretudo do comportamento dos alojamentos existentes, com este tipo de alojamento a representar 76,4% do total das transacções, o que significa um acréscimo de 3 pontos percentuais face ao valor de 2013.

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