Portugueses deixaram por reclamar mais de nove milhões em prémios

Valor dos prémios caducados dos jogos da Santa Casa está a descer desde, pelo menos, 2011. No ano passado foram distribuídos mais de mil milhões de euros aos apostadores.

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64% dos portugueses com mais de 18 anos apostam no Euromilhões Adriano Miranda

O valor dos prémios não reclamados ultrapassou os nove milhões de euros em 2014, valor que está a descer desde, pelo menos, 2011. No ano passado, foram distribuídos pela Santa Casa da Misericórdia mais de mil milhões de euros aos apostadores dos jogos sociais explorados pela instituição.

Quando os jogadores deixam caducar o prazo de 90 dias que têm para reclamar os prémios a que têm direito (quando jogam no Euromilhões, Raspadinha ou na Lotaria, por exemplo), o montante é  reconhecido pela Santa Casa como rendimento. Comparando com 2013, no ano passado houve uma redução significativa no valor dos prémios caducados (62,6% para 9.088.630 euros) mas que é explicada pelo facto de, nessa altura, não ter sido reclamado um prémio do Joker no valor de 13,7 milhões de euros.

Mesmo assim, corrigindo este efeito, a Santa Casa sublinha que a evolução seria negativa (-14,5%), “o que manifesta uma tendência para uma redução efectiva da ocorrência da caducidade dos prémios”, lê-se no relatório e contas da instituição, divulgado nesta quarta-feira. Recuando a 2011, o valor dos montantes não reclamados ultrapassava os 15 milhões de euros, mas desceu para 13,9 milhões de euros em 2012..

O valor global dos prémios atribuídos no ano passado foi de 1065 milhões de euros, um aumento de 6% face a 2013. No que toca às vendas, atingiram os 1880 milhões (mais 5%). De acordo com a Santa Casa, o valor médio de aposta semanal caiu 13% entre 2012 e 2014. Contudo, a base de apostadores cresceu 20% nesse período, de 6,2 para 6,5 milhões. No ano passado, 76% da população portuguesa adulta apostou nos jogos da Santa Casa.

Euromilhões, o preferido
O Euromilhões continua a ser o jogo preferido: 64% dos portugueses com mais de 18 anos apostam nesta modalidade de jogo que teve vendas brutas de 917 milhões, quase metade do total de receitas. A Raspadinha teve vendas de 700 milhões, mais 20% face a 2013 e é “o principal instrumento de captação da procura de jogo a dinheiro”. Cativou 44% dos portugueses.

A Santa Casa sublinha que o imposto de selo gerado pelos jogos sociais do Estado chegou aos 145 milhões, dos quais 64 milhões se referem a imposto sobre prémios, mais 15% em comparação com 2013.

Na conferência de imprensa de apresentação de resultados, Pedro Santana Lopes, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, adiantou que a instituição quer explorar o jogo online e vai candidatar-se a uma licença assim que estiver em vigor a nova lei. "A intenção da Santa Casa é concorrer e explorar uma das licenças que estarão disponíveis, a partir do momento em que a legislação esteja em vigor. Se a legislação aprovada entrar em vigor é essa a intenção da Santa Casa", adiantou, citado pela Lusa.

Este regime jurídico foi aprovado em finais de Fevereiro e aguarda o aval da Presidência da República. A expectativa do Governo é ter as primeiras licenças atribuídas em finais de 2015.

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