A operadora de handling, que estava em risco de perder as licenças de operação, vai passar para mãos de privados, tal como tinha sido imposto pela Autoridade da Concorrência.

O PÚBLICO apurou que o comprador da Groundforce, actualmente detida a 100% pela TAP, é a Urbanos, uma empresa portuguesa ligada ao transporte de carga, que comprará, inicialmente, 50,1% do capital à TAP.

Esta decisão foi tomada depois de a transportadora aérea estatal ter suspendido as negociações com a Aviapartner, com a qual já existia um acordo desde Agosto. O Governo chegou, inclusivamente, a autorizar a venda ao grupo belga.

Já nessa altura, a Urbanos fazia parte do negócio, uma vez que lhe seria transferida a actividade de carga da Groundforce, ficando a Aviapartner com tudo o que dizia respeito à assistência em terra a passageiros.

A concretização desta venda vai permitir à empresa de handling, que emprega 2000 pessoas, concorrer às licenças de operação em Lisboa e no Porto, uma vez que passará a preencher um dos requisitos do concurso: ter 50% do capital nas mãos de privados.

Uma vez suspendidas as negociações com a Aviapartner, havia o risco de ficar de fora da corrida, o que lhe retiraria as principais fontes de receitas, obrigando-a provavelmente a encerrar portas.

Num comunicado enviado agora às redacções, a TAP confirma a notícia avançada pelo PÚBLICO, informando que chegou a um "acordo de princípio para a compra" da Groundforce com a Urbanos.

"A concretização deste negócio, de que já foram informados os sindicatos representativos dos trabalhadores, está agora dependente da avaliação do Governo e do parecer da Autoridade da Concorrência", refere.

No documento, a transportadora explica ainda que contactou a Urbanos "na sequência do impasse registado nas negociações com a Aviapartner" e acrescenta que considera "muito positivo este desfecho para manter as condições de viabilização e a manutenção dos postos de trabalho da Groundforce".