Portugal vai pagar em Março seis mil milhões de euros ao FMI

Ministra das Finanças diz que primeira tranche vai ser antecipada e espera acelerar o pagamento do remanescente.

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Saul LOEB/AFP

Portugal vai entregar, no mês de Março, seis mil milhões de euros ao Fundo Internacional Monetário (FMI), anunciou a ministra das Finanças. Maria Luís Albuquerque garantiu que o país está em condições para avançar com esta primeira tranche do reembolso de 14 mil milhões de euros que tem para pagar no prazo de dois anos e meio.

Portugal vai entregar, no mês de Março, seis mil milhões de euros ao Fundo Internacional Monetário (FMI), anunciou a ministra das Finanças. Maria Luís Albuquerque garantiu que o país está em condições para avançar com esta primeira tranche do reembolso de 14 mil milhões de euros que tem para pagar no prazo de dois anos e meio.

“Este reembolso está autorizado e foi já aprovado nos parlamentos onde tinha de ser e estamos em condições de no mês de Março fazer uma amortização de seis mil milhões de euros ao FMI”, disse durante um encontro promovido pelos dois partidos da coligação e que se realizou esta sexta-feira à noite em Viseu.

A ministra das Finanças anunciou também que pretende “acelerar” o resto do pagamento para obter uma “poupança de juros”. “Quando tivermos reembolsado os 14 mil milhões de euros, vamos ter com os nossos parceiros europeus e dizer que agora estamos em condições de reembolsar o resto para poder obter plenamente a poupança de juro”, sublinhou.

Maria Luís Albuquerque explicou que a antecipação do rembolso da verba entregue pelo FMI aquando do resgate, deve-se ao facto das “taxas de juro estarem tão baixas”. “Hoje registamos uma taxa de juro da dívida pública a dez anos abaixo de 1,8 por cento, abaixo até do custo da dívida para o mesmo prazo dos Estados Unidos. Isto é mérito daquilo que Portugal conseguiu e que o Governo conseguiu e a prova é que as condições externas são iguais para todos mas nem todos apresentam tão bons resultados”, sustentou.

A ministra acredita, por isso, que Portugal não deve ter vergonha de ser “um bom aluno” e que a rebeldia é para “os mais novos”. “Quando temos 15 anos é que achamos muita graça sentar na fila de trás e sermos rebeldes, mas quando somos crescidos sabemos bem a diferença que faz para os objectivos na vida e para aquilo que podemos conseguir entre ser um bom e um mau aluno”.

Ao recordar as “melhorias” que acredita que Portugal conseguiu nos últimos quatro anos, Maria Luís Albuquerque mostrou-se surpresa com o relatório da Comissão Europeia que colocou o país sob "monitorização específica" por desequilíbrios económicos excessivos.

“É difícil quando, às vezes, temos instituições que fazem discursos um bocadinho contraditórios. A Comissão Europeia, no relatório publicado ontem (27 de Fevereiro), faz um conjunto de críticas um bocadinho difíceis de perceber. Não percebemos muito bem se as críticas são dirigidas a nós ou a eles próprios, porque na prática criticam um conjunto de medidas que recomendaram fortemente”, concluiu.

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