Portugal emite mais 4000 milhões de dívida para pagar ao FMI

Emissões de obrigações do tesouro em 2015 aumentam em relação ao inicialmente previsto

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Cristina Casalinho é a presidente do IGCP Daniel Rocha

Para poder responder à amortização antecipada de parte da dívida ao Fundo Monetário Internacional, o Tesouro português planeia emitir este ano mais 4000 milhões de euros de obrigações de tesouro do que o previsto.

Os números foram tornados públicos esta quarta feira pela presidente da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP. A falar no parlamento, Cristina Casalinho explicou que, depois dos 8700 milhões de euros que já foram colocados este ano através de emissões de dívida de longo prazo, ainda haverá emissões de 8900 milhões de euros até ao final de 2015.

Isto significa que, face ao plano inicial de emissões de dívida para o presente ano, as emissões totais de obrigações do tesouro serão superiores em cerca de 4000 milhões de euros.

Este acréscimo é justificado pelo facto de o Governo ter optado, entretanto, por amortizar antecipadamente 5500 milhões de euros dos empréstimos concedidos nos últimos três anos pelo FMI. Uma vez que as taxas de juro da dívida pública que Portugal consegue obter no mercado se encontram actualmente a valores mais baixos do que as taxas exigidas pelo FMI, esta troca de dívida do Fundo por novas obrigações do tesouro pode representar uma poupança para o Tesouro.

A diferença entre os 5500 milhões de euros de amortização antecipada da dívida do FMI e os 4000 milhões de euros de reforço das emissões da OT será compensada, de acordo com a presidente do IGCP, com a utilização, também acima do previsto inicialmente, de parte do excedente de tesouraria que foi acumulado pelo Estado português durante os últimos anos.

O Tesouro irá reduzir essa almofada, que actualmente está próxima dos 12.500 milhões de euros, em 3900 milhões de euros, em vez dos 2200 milhões de euros que eram previstos no início do ano.

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