Vinhos de Portugal no Rio esgota na primeira hora

Vinhos de Portugal no Rio, organização conjunta do PÚBLICO e O GLOBO, arrancou com responsável do jornal brasileiro a anunciar que iniciativa é para “entrar no calendário” e, talvez, alargar-se a São Paulo.

Fotogaleria
Vinhos de Portugal no Rio, organização conjunta do PÚBLICO e O GLOBO Carlos Jube/O Globo
Fotogaleria
Carlos Jube/O Globo
Fotogaleria
Carlos Jube/O Globo
Fotogaleria
Carlos Jube/O Globo
Fotogaleria
Carlos Jube/O Globo

“Bem-vindos ao país da diversidade”, disse Jorge Monteiro, o presidente da ViniPortugal, associação para a promoção do vinho português no exterior, no início do jantar que abriu o Vinhos de Portugal no Rio. A iniciativa dos jornais PÚBLICO e O GLOBO, em parceria com a ViniPortugal, acontece no Palácio São Clemente, residência do cônsul de Portugal no Rio, reúne mais de 60 produtores nacionais, e vai prolongar-se até domingo.

Logo na abertura, Marcelo Moraes, director-geral da Infoglobo, que detém o jornal O GLOBO entre outras marcas, disse que espera que esta iniciativa conjunta entre para o calendário de eventos anuais da cidade e que se alargue também a São Paulo.

A mensagem que a ViniPortugal quis passar no jantar inicial foi a de um país com uma quantidade única de castas autóctones – perto de 250, 70 das quais “permanentemente no mercado” – e que quer dar a conhecer aos brasileiros essa imensa diversidade. “Portugal não faz vinhos nem melhores nem piores do que os outros, faz vinhos diferentes”, sublinhou Jorge Monteiro.

Às quatro da tarde (20h em Portugal), uma hora depois da abertura dos portões do Palácio São Clemente, residência do cônsul português, para o Vinhos de Portugal no Rio, a lotação no interior estava completamente esgotada. Havia uma fila junto ao portão aguardando que este reabrisse para permitir a entrada a mais gente para as provas e degustações de vinhos dos mais de 60 produtores nacionais presentes.

Sexta-feira de manhã foi a oportunidade para começar a mostrar, a explicar, e a dar a provar, os vinhos das várias regiões e castas portuguesas – duas horas só para profissionais fazerem uma degustação rápida e poderem contactar directamente com os produtores, antes de o Vinhos de Portugal no Rio se abrir ao público para as provas, cursos e degustações feitas pelos críticos de vinhos e gastronomia do PÚBLICO e de O GLOBO.

“Neste momento, os vinhos portugueses são os terceiros mais consumidos no Brasil, a seguir aos argentinos e aos chilenos, o que é só por si um feito extraordinário, porque sabemos que esses vinhos, pertencendo a países do Mercosul, têm condições do ponto de vista do preço, que é muito difícil de igualar”, declarou ao PÚBLICO a ministra da Agricultura e Mar, Assunção Cristas, que esteve presente no arranque do Vinhos de Portugal. “Mas há uma apetência cada vez maior do mercado brasileiro pelos vinhos portugueses”.

O presidente da ViniPortugal também está optimista quanto ao potencial de crescimento do mercado, mas lembra que este é, apesar disso, “um mercado difícil, com custos de logística elevados que, associados a elevadas taxas, conduzem a preços quatro ou cinco vezes superiores aos verificados em Portugal”. As taxas alfandegárias são um dos grandes problemas. “Há uma discriminação negativa, já que os 27% de taxas que se aplicam aos vinhos de Portugal e de toda a Europa não se aplicam aos vinhos do Chile, Argentina ou Uruguai.”

A ministra diz que o assunto foi abordado no encontro que teve quinta-feira em Brasília com o seu homólogo brasileiro, Neri Gueller – que lhe mostrou um exemplar do suplemento especial sobre os vinhos portugueses elaborado pelo PÚBLICO e O GLOBO e que saiu nesse dia chegou a 210 mil assinados do diário brasileiro – mas que a questão das taxas alfandegárias está a ser negociada entre a União Europeia e o Mercosul, e será necessário esperar pela conclusão dessas longas e complexas negociações, que têm enfrentado bloqueios de ambos os lados, para tentar ultrapassar o problema.

Também o Vinho do Porto está presente, nomeadamente através de várias provas. Trata-se de um vinho que “é manifestamente uma referência no mercado brasileiro, mas que sofreu alguma oscilação nos últimos anos”, disse ao PÚBLICO, Manuel Cabral, presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto. “Mantemos o Brasil como um dos mercados prioritários”, frisou, lembrando que o Vinho do Porto está ligado aos vinhos do Douro e que em relação a estes estamos num importante momento de “descoberta” por parte dos brasileiros.
 

   


Sugerir correcção
Comentar