Greve de pilotos da Air France cancela cinco voos de e para Lisboa

Pilotos rejeitaram proposta que suspende provisoriamente o plano de expansão de uma transportadora low-cost do grupo.

Foto
Jean-Louis Barber, president do SNPL, um dos sindicatos DOMINIQUE FAGET/AFP

A greve de pilotos da Air France vai levar, nesta terça-feira, ao cancelamento de, pelo menos, cinco voos que tinham o aeroporto de Lisboa como ponto de partida ou destino.

De acordo com a informação da ANA, disponível ao final da tarde, foram cancelados três voos que a Air France deveria realizar na terça-feira com partida do aeroporto da Portela e destino ao aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, às 11h55, às 15h25 e às 18h40.

Foram também cancelados dois voos da Air France provenientes do aeroporto Charles de Gaulle com destino a Lisboa, onde deveriam chegar às 11:05 e às 17:50 de terça-feira.

Na origem dos cancelamentos está uma greve de pilotos da Air France, em protesto contra as condições de desenvolvimento da filial de baixo custo da transportadora, a Transavia, que é uma empresa independente do grupo Air France-KLM.  O grupo anunciou que quer aumentar a frota da Transavia de 14 para 37 aviões e abrir novas bases na Europa a partir de 2015, podendo os pilotos ficar com contratos locais.

 Os pilotos receiam que a expansão da companhia de baixo custo leve a uma deterioração das suas condições de trabalho. Opõem-se à transferência dos comandantes para a nova companhia aérea de baixo custo e criticam que esta seja constituída como uma empresa sujeita às regras do direito europeu, e não francês, o que levará à deslocalização dos postos de trabalho.

Nesta segunda-feira, os pilotos da Air France rejeitaram uma proposta da administração da companhia para suspender provisoriamente o projecto de desenvolvimento da Transavia, por considerarem que isso não resolveria o problema. Numa entrevista ao jornal Le Monde, o presidente do grupo AF-KLM, Alexandre de Juniac, apresentou nesta segunda-feira o projecto de suspensão da Transavia na Europa como "última proposta" para pôr fim a uma greve "infundada".

O principal sindicato dos pilotos da companhia francesa, o SNPL, considerou, no entanto, que a suspensão anunciada não passa de "uma cortina de fumo" que "não resolve qualquer problema".

A paralisação, que começou há uma semana, foi convocada pelo sindicato que representa a maioria dos pilotos daquela companhia (o SNPL), e deveria terminar nesta segunda-feira, mas os pilotos decidiram, entretanto, prolongá-la até sexta-feira. É a greve mais longa desde 1998. Cada dia de greve representa um prejuízo a rondar os 20 milhões de euros, segundo a empresa, que tem aconselhado os viajantes a adiar os voos para depois da greve. A companhia prevê uma ligeira melhoria da situação na terça-feira, devendo assegurar 48% dos voos, contra apenas 42% nesta segunda.

No sábado, o SNPL anunciou que a greve se prolongaria até à próxima sexta-feira, sem excluir um novo prolongamento se a situação se mantiver. Um outro sindicato dos pilotos, o Spaf, tem um pré-aviso de greve até quarta-feira.

Sugerir correcção
Comentar