Petróleo sobe mais de 5% com corte de produção da OPEP

Os 14 países membros da organização estão reunidos na Argélia. As agências noticiais internacionais dão conta de que está em cima da mesa um limite a impor a partir de Novembro.

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Venezuela e Arábia Saudita têm estado em lados opostos da discussão AFP/RYAD KRAMDI

Notícias de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) vai ter limites de produção em vigor a partir de Novembro levaram a uma corrida ao crude, cujo preço subiu nesta quarta-feira.

A OPEP representa cerca de 42% da produção mundial e tem 14 membros, entre os quais o Iraque, Arábia Saudita, Venezuela e Angola. Os representantes destes países estiveram reunidos na Argélia e há meses que a ideia de limitar a produção tem estado a ser considerada como forma de impulsionar os preços, mas a estratégia nunca tinha conseguido consenso entre os diferentes Estados.

 A organização não divulgou formalmente ainda as conclusões da reunião, mas as agências noticiosas internacionais começaram por avançar que os vários países decidiram estabelecer um acordo. Mais tarde, e quando a decisão já era dada como certa em boa parte da imprensa internacional, o ministro da Energia dos Emirados Árabes Unidos confirmou, no Twitter, que os países tinham chegado a um entendimento.

O barril de brent (o petróleo do Mar do Norte, que é uma referência mundial) registava cerca das 22h uma subida de 6%, para os 48,73 dólares (valia no início deste mês 45 dólares, quase tocado nos 50 dólares na segunda semana). Com uma tendência semelhante, o West Texas Intermediate, produzido nos EUA, subia um pouco mais de 5%, para 47,07 dólares por barril.

De acordo com a agência Bloomberg, a proposta em cima da mesa da reunião na Argélia fará com que a maioria dos membros da OPEP reduza a produção em 1,6% face à média dos valores entre Janeiro e Agosto. De fora deste limite ficarão a Líbia, que se debate com uma guerra civil, e a Nigéria, cuja economia se esforça por sair de uma recessão. Também o Irão terá um limite diferente, uma vez que foram levantadas este ano as sanções económicas que permitiram ao país voltar a exportar petróleo para os EUA e para a União Europeia.

A Venezuela, cuja economia afundou e que atravessa uma enorme falta de liquidez, é um dos países que tem pressionado para que hajam tectos apertados de produção, de forma a fazer subir os preços. Do outro lado, a Arábia Saudita assumiu até aqui a postura contrária.

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