Petição pede "nunca mais" às políticas que levaram à crise

Personalidades lançam petição online dirigida aos partidos na véspera da saída da troika.

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António Nogueira Leite lidera petição Miguel Manso

Um grupo de personalidades, grande parte ligada à área económica, lançou nesta sexta-feira uma petição online em que pedem aos partidos e aos candidatos à presidência da comissão europeia que “nunca mais” repitam os erros do passado que levaram à crise económica.

“Em Março de 2011, o País onde vivemos, onde trabalhamos, onde educamos os nossos filhos, entrou em ruptura financeira, sem dinheiro para continuar a pagar salários, pensões e outros compromissos do Estado. Portugal perdeu o seu crédito e o seu bom-nome. E ficou sem saber o que esperar”, começa por dizer a petição intitulada “Nunca Mais” e que tem como primeiro subscritor António Nogueira leite, social-democrata que assessorou Passos Coelho na campanha eleitoral  e no início da sua governação.

Os subscritores elencam um número de situações que dizem não se podem repetir, tais como “fundações que nasciam a cada 12 dias”; “as dívidas no sector da saúde”; “o aumento dos desempregados”; “os milhões de financiamentos a empresas inviáveis e falidas, que serviam unicamente para camuflar o desemprego”; “a subida dos juros da dívida”; “os sucessivos PEC’s que nada resolviam” e “as obras públicas de fachada, em parcerias público-privadas, com prazos de pagamento até 40 anos”.

Defendendo “a austeridade da emergência financeira não foi uma escolha”, mas sim “uma necessidade e uma imposição” o manifesto diz ainda que “com o esforço de todos nós, os indicadores mudaram para melhor”. 

“Se Portugal fechou o programa de assistência financeira dos últimos três anos, foi porque conseguimos. E, porque conseguimos, temos o direito de exigir nunca mais”, diz o manifesto lançado na véspera da data oficial para a saída da troika de Portugal. 

Dizendo não aceitar “voltar atrás” exclamam “nunca mais” à "humilhação da bancarrota, ao descalabro financeiro, à recessão económica, à pobreza e a pôr em risco o futuro das novas gerações”; aos “défices encapotados, dívidas insustentáveis, parcerias público-privadas a pagar em 40 anos”, a “uma sociedade a desenvolver-se na total dependência do Estado, subalterna da burocracia e dos negócios de favor”; a “um colapso como o que vivemos em 2011 que constituiu uma ameaça para a solidez do nosso Estado Social” e “nunca mais" à “troika", à "intervenção externa", e aos "programas de ajustamento".

Além de António Nogueira Leite que saiu do cargo que ocupava na administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD), o manifesto é subscrito pelas seguintes personalidades, entre as quais se encontram empresários, gestores, professores universitários e políticos.  

André Azevedo Alves 
António Belmar da Costa 
Francisco Waldemar D'Orey 
Francisco Xavier Bello van Zeller 
Henrique Diz 
João Couto 
João Duque 
José Ferreira Machado 
Luís d'Almeida 
Norberto Pires 
Nuno Vaz da Silva 
Pedro Botelho Gomes; 
Pedro Sampaio Nunes 
Peter Villax 
Rui Paiva 
Zita Seabra

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